domingo, 25 de maio de 2008

O terceiro choque petrolífero

O petróleo já ultrapassou os valores do choque petrolífero de 1980, dos cerca de 100 dólares a preços actuais. Um excelente gráfico no Guardian.
Olhando para o passado, vivemos o terceiro choque petrolífero.
Desta vez a razão está nos mercados financeiros. Tudo o resto de que se fala, como a tensão no Médio Oriente, a falta de refinarias, os biocombustíveis e o aumento da procura da Índia e da China já se conhecia.
Se assim for, só a estabilização dos mercados financeiros com o regresso dos biliões de biliões às bolsas, pode trazer alguma calma aos mercados do petróleo e das mercadorias.

2 comentários:

Anónimo disse...

Excelente gráfico no Guardian.
Muito obrigado!
Concordo consigo, estamos num novo patamar de preços para o petróleo e simultaneamente fomos apanhados pela especulação financeira.Os bancos de investimento americanos perderam muito dinheiro com o sub-prime; agora recuperam com os lucros na intermediação e especulação de futuros sobre petróleo! Portugal, cuja dependência de petróleo é tão elevada, vai ser altamente afectado por esta crise e daí se compreender o foco de MFLeite na crise social... está a advinhar, o que vem aí!

Pedro Braz Teixeira disse...

Parece-me que os especuladores têm as costas muito largas, para além de que eles não especulam porque sim. Uma das expectativas em que se baseia a especulação é a hipótese de que a OPEP nada fará para parar subida dos preços. Até agora, os especuladores têm tido carradas de razão. Mas porque será que a OPEP não teme que uma escalada excessiva de preços dê uma forte competitividade aos seus concorrentes (esta seria a sua motivação para intervir)? Talvez seja mesmo porque não existe capacidade de extracção no resto do mundo que possa acompanhar o aumento da procura esperado para os próximos anos.

Para cúmulo, o discurso da OPEP parece-me da mais insultuosa hipocrisia: os mais beneficiados pela especulação nada fazem para a contrariar e ainda dizem que não têm nada a ver com o que se passa. São os grandes beneficiários e ainda fazem de vítimas! Proponho que eles nos digam quantos dólares são “especulação” e ofereçam essa receita extra e indevida (no discurso deles) aos países mais pobres.