A banca portuguesa não tinha nos seus balanços produtos ligados ao crédito hipotecário de alto risco realizado nos Estados Unidos. Pelo menos não o tinha em dimensão que gerasse perdas visíveis.
Mas a banca portuguesa está a sofrer com os efeitos da crise sub-prime. O impacto é visível no Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito: a banca está e vai continuar a estar mais exigente na concessão de crédito e vai cobrar taxas mais elevadas. Além disso, está a adoptar uma política de restrição de crédito mais significativa que os restantes países europeus.
Reflexos do elevado endividamento. A banca andou a endividar-se para satisfazer a procura de crédito dos portugueses. Hoje está a pagar um preço mais elevado para se financiar e, obviamente, reflecte essa situação nos clientes "agarrados" ao seu banco pelo dinheiro que devem.
Durante muito tempo não se compreendeu a razão de não existirem diferenças de taxas de juro - isto é, 'spreads' diferenciados em função do risco o que significaria taxas mais elevadas para Portugal porque os seus bancos tinham maior risco. Hoje percebe-se a razão: o mercado estava cego em relação ao risco. Depois deste abalo o mercado ficou hiper-sensível ao risco.
O efeito da sub-prime poderá ser muito mais grave em Portugal que em países como os Estados Unidos onde pode ser suficiente limpar prejuízos para que tudo volte a ser, basicamente, o que era.
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