segunda-feira, 19 de maio de 2008

Sócrates e Teixeira dos Santos

Ñão sei se o primeiro-ministro pensa que nós, cidadãos que governa, não pensamos. Mas foi o que pensei quando ouvi as suas declarações sobre o desemprego e como foram ligeiramente mais optimistas que as que foram feita na quinta-feira pelo ministro das Finanças.

Disse José Sócrates:
«Estamos perante uma boa notícia»(...)«Mas, além da taxa de desemprego homóloga, desceu também a taxa de desemprego em cadeia. No anterior trimestre, Portugal registou uma taxa de desemprego de 7,8 por cento e agora registou uma taxa de 7,6 por cento».
A taxa de desemprego caiu no primeiro trimestre, o desemprego diminuiu e o emprego subiu como se pode ver aqui no INE. E como já tinha antecipado de alguma forma o ministro das Finanças quando cortou na uinta-feira a previsão de crecsimento para a economia portuguesa:

Disse Fernando Teixeira dos Santos:
Quanto ao desemprego o ministro prevê que após uma taxa de 8%, em 2007, este ano o desemprego recue para os 7,6% e que vá "continuando a baixar gradualmente" nos próximos anos. Posso ainda acrescentar, pelo que ouvi via televisão, que o ministro fez o seguinte raciocínio: como a economia teve um bom desempenho em 2007, o desemprego vai reduzir-se. Ou seja, concluo eu, se a economia abrandar lá mais para o fim do ano o desemprego poderá subir, mas isto já o ministro não admite. (São aparentemente três trimestres de desafasamento entre a evolução do PIB e o do emprego).

Neste confronto, é lamentável que o primeiro-minitro tivesse optado por falar apenas no desemprego e na inflação e deixasse as más notícias para o seu ministro das Finanças. Foi demasiado explícito este distanciamento.

Sem comentários: