quinta-feira, 8 de abril de 2010

Grécia, queremos ver o dinheiro na mesa...

Não chega colocar "a arma" em cima da mesa, queremos ver se há dinheiro. Assim parece ser o aviso dos investidores/especuladores/manipuladores do mercado de dívida pública que estão a aposta no incumprimento da Grécia.

Os CDS dos títulos gregos de dívida a um ano dispararam para 670 pontos base, alargando-se em 175 pontos num dia.
A curva de rendimento (yield curve, taxa de rendibilidade das obrigações para os diversos prazos) está invertida até aos dois anos - taxa desce até aos seis anos [ 7,8% a um ano a 7,40 a seis anos]  só depois sobe  - um sintoma  que aponta em geral para recessão quando se tem política monetária própria ou para pressão financeira, como é o caso.

Portugal está obviamente a ser contagiado, ainda que as taxas continuem ainda muito longe das gregas - exemplo: as obrigações com maturidades a  dois anos estão] com 1,779% - o 'spread' face à Alemanha está em máximos de dois meses e está a companhar a subida da Grécia.

Há saída de dinheiro dos bancos gregos que desde ontem começam a enfrentar problemas de liquidez.

No Alphaville fala-se num autêntico Jogo de Póker... Como no tango, são dois a jogar, de um lado a Grécia do outro quem se comprometeu a passar o chque se for preciso ajuda. Um grande exemplo de 'free riding'  - tudo o que se queria evitar com o Pacto.

O Jean-Claude Trichet vai falar daqui a pouco. Vamos ver o que diz que possa acalmar esta nova tempestade.

1 comentário:

Grunho disse...

Cara Helena Garrido
Por mim "enforcava" o Jean-Claude Trichet e fazia-lhe um funeral à maneira.
É caro que a sua actuação se tem pautado pelos acordos que levaram à moeda única e por outros acordos europeus, mas ou o homem é burro ou já devia ter percebido que há muitas coisas que assim não podem funcionar como deve ser para uma economia europeia saudável.
Se não é burro e se é honestamente responsável já devia ter dado um lamiré sobre o assunto antes de a economia europeia se encontrar num beco sem saída.