sábado, 26 de janeiro de 2008

Bancos centrais e EUA

O meu artigo desta semana no Jornal de Negócios "Os bancos centrais e a potência imperial endividada".

Estou de facto muito pessimista. E posso estar errada, como alerta um dos comentários que se pode ali ler. Errei nas perspectivas que tinha sobre o BCP, nomeadamente quando defendi Jardim Gonçalves.

Confesso que ainda hoje tenho dificuldade em racionalizar o que já se sabe sobre o 'caso BCP'. Como foi possível àquelas pessoas envolverem-se numa teia de irregularidades, conscientes do que estavam a fazer?

Quanto à conjuntura... Acredito que é uma fase, que regressará o ciclo de crescimento. Só me parece que esta fase pode impor algumas rupturas. Poderei estar errada. Mas, neste momento, não me parece. A banca terá de ser mais regulada. Os Estados Unidos podem manter-se como potência imperial mas poderão ter de reduzir a sua dívida.

1 comentário:

Tiago Tavares disse...

Comentando directamente o seu artigo no Diário Económico, não creio que a economia norte-americana vá entrar em recessão dadas as recentes medidas da reserva federal (acrescido de mais uns pontos base na próxima 4ª). Os riscos de forte abrandamento tornaram-se demasiadamente grandes e como tal um estímulo diligente parece adequado (o monetário porque o fiscal vai ser um belo desperdício). Parece-me que os riscos de médio prazo estarão principalmente na inflação medida ainda pela velhinha CPI que ainda que na minha opinião subavalia a verdadeira inflação, não subavaliará tanto como medidas de inflação nucleares tão popularmente utilizadas nos últimos tempos nos EUA. Mas claro os riscos de abrandamento ainda são bem reais. Já se fala até em estagflação. Esta semana poderá dar-nos novas informações relevantes sobre a economia. Por enquanto as taxas de juro de longo prazo estão a responder bem à política monetária mas as expectativas inflacionistas poderão por um travão nessa transmissão.

E claro a menor procura de títulos de dívida por parte de asiáticos claro que teria como consequência a redução do custo de serviço de dívida para os EUA. Mas o financiamento de novo investimento bem superior à poupança nunca mais seria em termos tão favoráveis (baixa tx de juro).

Apesar da minha discordância um artigo interessante. Parabéns!