quinta-feira, 31 de julho de 2008
O Presidente na TV II
Está lançada a contra-táctica sobre o fim da cooperação estratégica.
Cavaco Silva na TV
Será que o mesmo aconteceria em Maio, quando Manuela Ferreira Leite ainda não era líder do PSD?
domingo, 20 de julho de 2008
Os novos ricos, que afinal somos
An African American family with the same income, family size, and other demographics as a white family will spend about 25 percent more of its income on jewelry, cars, personal care, and apparel. For the average black family, making about $40,000 a year, that amounts to $1,900 more a year than for a comparable white family. To make up the difference, African Americans spend much less on education, health care, entertainment, and home furnishings. (The same is true of Latinos.)
sábado, 19 de julho de 2008
Estrutura, conjuntura e FMI
Miguel Carvalho no A Pente Fino critica o texto de Sérgio Aníbal no Público por afirmar que "O FMI afasta, deste modo, a tese que tem vindo a ser defendida, nomeadamente pelo Governo, de que o abrandamento económico apenas é provocado pela conjuntura internacional".
Em contrapartida, Pedro Braz Teixeira no Abelhudo defende exactamente o contrário, afirmando que o FMI considera que a crise é interna, ou seja, a culpa é do Governo e não dos factores externos.
Comecemos pelo que diz o FMI logo no ponto 1 da sua análise:
Weaker global economic conditions underscore the importance of addressing
Portugal's long-standing challenges, building on recent achievements. The
deteriorating global economic environment is hampering Portugal's recovery, but
the fundamental problems restraining Portugal's economy are home-grown: wide
current account and fiscal deficits; high household, corporate and government
debt; and, a substantial competitiveness gap. Portugal has been living beyond
its means for many years, borrowing via the banking system from the rest of the
world, raising external indebtedness.
Mais adiante afirma
Growth will likely slow in 2008 to about 1¼ percent, and to about 1Concluindo:
percent in 2009, driven by weaker partner country growth, the international
financial turbulence, and higher commodity prices.
1. A prevista retoma não se confirma devido às condições externas
2. O que condiciona um crescimento mais significativo em Portugal tem origem em problemas internos: mesmo sem crise Portugal tem um problema de excesso de endividamento e falta de competitividade que o impede de convergir.
Temos problemas conjunturais de origem externa e estruturais obviamente de origem interna.
O Governo doura a situação dizendo que tudo é externo.
A oposição enegrece a situação dizendo que tudo é interno.
América loves Keynes
Interessante a análise aqui.
Qualquer semelhança com o que se passa por aqui é pura coincidência.
Por lá diz-se - pelos menos alguns - que quanto mais depressa começarem as obras nas pontes, estradas e escolas melhor.
Por cá as obras não merecem assim tanta atenção.
E a economia norte-americana está bem mais endividada que a portuguesa, com a sua banca de rastos.
Sim, é verdade que eles têm o dólar. Mas nós temos o euro. O que não queremos é ficar sem as empresas em mãos portuguesas?
O caminho da crise
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Mais poupança, aconselha FMI
Ainda as receitas para o défice externo.
Recomendação do FMI na avaliação que faz à economia portuguesa no quadro do artigo 4º dos seus estatutos.
Aquele que foi classificado como excessivamente pessimista em Abril - eu própria cometi esse erro - acaba por se revelar hoje como o que estava mais perto do que se ia passar em Portugal ao prever na Primavera um crescimento de 1,3% para este ano. O Banco de Portugal prevê agora 1,2%.
E o FMI prevê que em 2009 o crescimento será inferior ao de 2008. É a primeira instituição a prever que Portugal não retomará no próximo ano.
Receitas (im)possíveis para o défice externo
Acontece, porém, que o endividamento razoável das famílias pode conduzir a um endividamento irrazoável do país.
E defende que só o desemprego pode corrigir a situação. Não me parece que seja só essa a via de ajustamento. Aqui ficam outras:
1. Compra de activos por parte do exterior - empresas e imóveis passam a
ser detidas por estrangeiros. Sim, é verdade que se assistirá a um défice na
balança de rendimentos por via da transferência de lucros/dividendos para o
exterior. Mas, se essas aquisições aumentarem a produtividade das empresas e se
aumentarem as exportações o défice de mercadorias pode diminuir (Sim, há muitos
se's, pode haver desemprego mas não tanto quanto numa situação de recessão por
restrição de crédito)
2. Investimento Directo Estrangeiro em projectos de produção de
transaccionáveis/ produtos que se exportem. Mesmo efeito do caso anterior, com
a vantagem de serem novos projectos e que geram emprego e não desemprego.Compreende-se o esforço que governos sucessivos têm feito para atrais projectos de produtos "exportáveis". Com dimensão apenas se conseguiu até hoje a Autoeuropa. O Ikea é o mais recente mas sem peso.3. Aumento da poupança interna - hipótese apenas parcialmente viável face ao peso que já pode ter o serviço da dívida.
É mais fácil ocorrer o primeiro caso - tem estado a acontecer - que o segundo. O investimento de estrangeiros em Portugal tem sido limitado. Mas qualquer um deles seria a via mais rápida de aumentar a produtividade, o único caminho de reduzir estruturalmente o défice externo, já que a qualificação leva tempo e tem resultados incertos.
O caso do desemprego pode ocorrer por restrição de crédito via quantidade ou preço e/ou pela incapacidade de fazer face ao serviço da dívida por parte das empresas.
A recessão em si não resolve o problema estrutural. Já tivémos várias que apenas reduziram o défice temporariamente. Em 2003, por exemplo, houve aumento de poupança, para logo a seguir começar a cair.
Cavaco Silva e o investimento público
Especialmente interessantes, no actual contexto político, as afirmações de Cavaco Silva a propósito do investimento:
"O ajustamento será tanto mais forte e penoso quanto mais o endividamento externo tenha sido encaminhado para a expansão do consumo ou para investimentos de baixa rentabilidade."
A preocupação com a rentabilidade dos investimentos públicos anunciados pelo Governo têm como referência essa racionalidade. O que justifica igualmente a mensagem de Manuela Ferreira Leite a esse propósito - pode não ter sido a melhor forma, já que transferir esses recursos para apoios sociais também não aumenta a rentabilidade.
Na verdade, os investimentos públicos realizados nos últimos dez anos parecem ter sido incapazes de aumentar a nossa capacidade de crescer mais rapidamente, isto é, a nossa produtividade.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Défice externo é importante?
terça-feira, 15 de julho de 2008
Afinal do FMI foi... optimista
E há uma elevada probabilidade de ser ainda pior.
Algumas palavras de Vítor Constâncio:
"Temos de aproveitar" esta conjuntura difícil "para introduzir reformas estruturais que possam ser melhor percebidas". Isso significa "continuar a consolidação orçamental e não descer impostos".
"Qualquer expansionismo orçamental significaria reduzir o investimento ou aumentar o défice público, e como tal o endividamento".
"As únicas medidas de curto prazo são medidas de redistribuição do rendimento com reorientação da despesa pública".
Conjunturas
Nada de diferente ... conjunturalmente falando... Os Estados Unidos continuam a limpar o lixo que o sistema financeiro fez. Com abalos por todo o mundo.
Por cá, José Sócrates amplia mézinhas que não evitarão a crise que se vai aproximando a passos largos. A produção industrial na zona euro caiu 1,9% em Maio, a maior quebra mensal em 16 anos.
O PSD procura o registo para fazer oposição. Primeiro a classe média, depois as obras públicas... sem que nenhuma orientação se perceba.
Em breve o Banco de Portugal vai revelar a sua visão revista das perspectivas para a economia portuguesa. Vítor Constâncio está no Parlamento.
terça-feira, 1 de julho de 2008
Dia (muito) negro nas bolsas
Pessimismo com PSI20 a cair 4,7%. Em Espanha a queda foi de 2,29%. ~
Fuga para a segurança, diz o FT.
O que se está a passar?
Petróleo e banca?
E porque está o petróleo a subir tanto? - Não, por favor, explicações com 'especulação' não. Porque a questão é porque estão a especular, isto é, mais correctamente, a apostar na subida do preço do petróleo?
Banca? Há ainda muitos esqueletos de crédito sub-prime?
É fácil arranjar explicações. Mas, neste momento, receio que exista algo mais no horizonte que ainda não estamos a ver.