"Não tenho estado contra o investimento público, mas contra algum investimento público. Há investimento público de proximidade, que não tem componentes importadas, que não tem encargos para orçamentos futuros e que utiliza mão de obra nacional e que tem efeitos imediatos para o crescimento, com certeza que ninguém está contra ele», considerou Ferreira Leite segundo a TSF (à saída do encontro com José Sócrates em reunião de preparação da Cimeira da UE e que vi aqui assinado por Pedro Sales e aqui por Maria João Pires.
Já nem faço uso dos argumentos de princípios políticos e das opções portuguesas de se abrir ao exterior integrando o espaço da União.
Como economista que é Manuela Ferreira Leite tem de saber:
- A imigração é globalmente positiva para o desenvolvimento de qualquer país - há investigações que assim o demonstram.
- A imigração que em 'economês' se designa como 'mobilidade do factor trabalho' é essencial para potenciar e, neste momento, moderar as tensões da União Monetária sem um orçamento comum e com fortes restrições à mobilidade das pessoas.
- Reforçado ainda o anterior argumento, a migração - imi... e emi... - é na actual crise de destruição massiva de postos de trabalho uma via de evitar tensões sociais graves.
- Ainda em reforço dos argumentos anteriores, a imigração permite moderar a deslocalização de empresas - pode reduzir custos de reajustamento, isto é, desenvolve os países mais pobres com menos custos para os mais ricos.
- A imigração é ainda mais fundamental num país como Portugal em envelhecimento e com falta de qualificações.
Dito isto é ainda importante sublinhar o seguinte:
- Ser contra a imigração é equivalente a ser contra políticas de estímulo económico de países que importam mais do que exportam ou que têm elevado peso na economia global. Exemplo: um pacote de estímulo económico na Alemanha, pago pelos contribuintes alemães, pode acabar por fazer crescer mais países como Portugal do que a própria Alemanha. O mesmo se aplica a Espanha - país com um elevado défice externo - e obviamente aos Estados Unidos.
8 comentários:
Quando a situação se tornar socialmente incomportável, vamos ver toda a gente a querer os imigrantes daqui para fora.
Isto não é bem pensado, não trás um bom retorno e é muito perigoso, mas é aquilo que vai transpirar com mais ou menos violência.
Tudo o resto é teoria de quem sente a crise de uma forma básicamente académica.
Caro anónimo,
Exactamente pela observação que faz é que os responsáveis políticos deveriam evitar atirar lenha para o que pode ser um gravíssimo incêndio.
A MFL passou-se.
São declarações irresponsáveis, no mínimo de quem se esquece que quase 4 milhões de portugueses vivem e TRABALHAM fora de Portugal.
Verdadeiramente irresponsável, para quem, assim, ainda ousa tentar convencer-me/nos de que tem estatura de Estado para liderar um governo.
Que tristeza!
Mas então o principal argumento das grandes obras públicas não é a criação de emprego? É importante que sejamos claros. E já agora, o que é preferível? os grandes investimentos, em maior escala e menor quantidade ou a opção pelos de maior proximidade, de menor dimensão e em menor número? Isto de estar sempre a distorcer as declarações de MFL dá um jeito...
"maior número"
Tudo o que diz MFL nessa sua intervenção é, na minha opinião, correcto. Com excepção do que diz em relação a mão-de-obra nacional
Discordo totalmente do que defende.Digam-le lá que vantagem tem Portugal em ter centenas de milhar de imigrantes(muitos já "nacionais", outros legais e ainda bastantes ilegais)em imensos bairros sociais pagos pelos impostos, com RSI, saúde, educação e a garantia de multiplicação de sses números SEM PRODUÇÃO?Isto é o que é que me enriquece um bairoo social em que 90% está a RSI?E temos que multiplicar por quantos?
Irresponsável é que importa despesa e a defende como se Portugal não tivesse fronteiras, cá fossem tudo direitos e lá fora só deveres...
Não conte comigo para ser um "seguidor" desta teoria que afunda portugal.
Viva A Dra Ferreira Leite que só disse a verdade verdadinha...
Será que a utilização de imigrantes mal pagos e com poucas qualificações para produzir blocos de casas e de escritórios sem nenhum sentido do ordenamento do território, não é a nossa versão do "sub-prime"? Será que queremos continuar a deixar funcionar um mercado imobiliário disfuncional onde a oferta é muito superior à procura?
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