quarta-feira, 11 de março de 2009

Angola e o debate da 'retro-colonização'

Nas décadas de 80 e início de 90, os norte-americanos andavam aterrados com as compras dos japoneses nos Estados Unidos.

Nestes últimos anos é a China que está a financiar os Estados Unidos.

A primeira visita de Hillary Clinton ao exterior foi à China pedindo - sim, pedindo - às autoridades chinesas que continuassem a comprar dívida pública norte-americana.

Qual é o nosso problema em que Angola, um país com elevados recursos importantes como o petróleo e financeiros - mais directamente, com dinheiro, o bem mais escasso neste momento - participe no capital das empresas portuguesas?

Qual é o nosso problema em que Angola - um país onde tudo está por fazer - abra o seu mercado a empresas portuguesas, com especial relevo para a construção que enfrenta em Portugal gravíssimos problemas e não pode emagrecer de um dia para o outro pelos efeitos catastróficos que teria?

Temos com Angola - como com Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Guiné - um longo passado comum, com bons e maus momentos - como com a nossa família. (Facto que os Estados Unidos não têm com a China).
Partilhamos uma cultura exemplificada por Fátima Roque na RTPN com pequenos pormenores como acharmos graça às mesmas coisas.

Sim, Angola não é uma democracia. O problema pode ser esse. José Eduardo dos Santos não tem defendido os seus cidadãos como devia e podia.
Contribuíremos mais para uma maior igualdade em Angola se a ostracizarmos? Não me parece. Quanto mais próspera for Angola mais condições tem para que as suas lideranças se comecem a lembrar da população em geral.

Boas relações com Angola é manifestamente um caminho em que todos ganham, nós e os angolanos.

5 comentários:

Anónimo disse...

estou de acordo... é tempo de enterram os fantasmas e os complexos da colonização.
os Estados UNidos tb foram uma colónia da Inglaterra.

José Couto Nogueira disse...

O conceito de que se os "ajudarmos" a desenvover-se a democracia virá inevitavelmente não está provado em parte alguma. Também não se trata de enterrarmos os "fantasmas" da descolonização, como disse o anónimo. O facto, ineludível, é que JES é um ditador (mal disfarçado) e os negócios favorecem a clique que está no poder e não dá à população angolana nem sequer o mínimo básico.
Claro que temos de ser pragmáticos, mas talvez não fosse necessário o "lamber de botas" que Cavaco, Sócrates e companhia exibem numa evidente vontade de ganhar dinheiro para o país a troco de endossar aquela canalha. Em nenhum momento fazem qualquer alusão, por mais subtil que seja, à necessidade de melhorar as infra-estruturas e as oportunidades da população. Por outro lado não deixa de ser assustador ver esses senhores a ter cada vez mais poder económico em Portugal, sabendo que o usam para limitar, por exemplo, a liberdade de imprensa e a oposição. Soluções? Não tenho, mas não estou na política. Um pouco mais de decoro, talvez fosse possível, nem descartar as vantagens económicas. Ou não?

Anónimo disse...

Embora tenha que que haver um mínimo cuidado com a baixela Germain. É que a prata "gasta" e perde brilho. Na Ajuda, com um pouco de boa vontade e muitíssimo senso, porque não ter utilizado cerâmica das Caldas? Há, esquecia-me, desta já não há. Nem a representação do Zé Povinho... Muito popularucho e demodé a vernaculidade caldense. Tudo isto condiz mais com berliques e berloques de prateiros parisienses oitocentistas.Está certo. Está errado.

Anónimo disse...

Angoa é uma simples cleptocracia do séc.XXI. Como o Congo de Leopoldo II. Tristes histórias. Tristes trópicos... Não esquecer que Angola está a entrar em recessão. Sempre haverá Moet et Chandon no Futungo de Belas. Mas é melhor apressarem a "cooperação". E que sejam muito felizes.

Anónimo disse...

A coisa está a ficar "de cor"...
Agora só temos amiguinhos com tiques de ditadura.
Qualquer dia vamos fazer uma visitinha à Coreia do Norte.
Infelizmente, não me parece que a solução de um novo El Dourado nos safe desta.
A coisa vai mesmo feder.
Enquanto se fala disto a malta anda entretida...