Qual a probabilidade de o título que se segue ser manchete dos jornais ingleses?
"Polícia portuguesa suspeita de Gordon Brown"
Não sei, como ninguém sabe, o que se passou no caso Freeport.
Discordo de quem considera que o que está a sair nos jornais é apenas poluição.
Os protagonistas deviam preocupar-se mais em esclarecer o que está a ser publicado do que em debater as fugas de informação.
No meio de uma crise financeira, bancária e económica só precisávamos mesmo de uma crise política envolvendo o primeiro-ministro.
O que se está a passar é mesmo muito preocupante. Talvez a maior ameaça às mudanças que o país tanto precisa para garantir o regresso da prosperidade.
Sócrates tentou fazer um conjunto de reformas que ameaçaram os direitos adquiridos de muita gente no país. Todos diziam que era preciso fazer isso. Nunca ninguém o fez. Por variadas razões, muitas perfeitamente justificáveis, como a ausência de estabilidade política.
Se Sócrates for vencido sem ser em eleições, tenho dúvidas que mais alguém tenha a coragem de iniciar as reformas que se tentaram fazer - com mais ou menos sucesso - nesta legislatura.
Sendo ou não verdadeiro o que os maiores apoiantes de Sócrates dizem - sucessivos ataques ao primeiro-ministro praticamente desde que se candidatou - qualquer novo Governo terá naturalmente mais receio de ser tão reformista como este tentou ser.
É preciso evitar a habitual tentação saloia de dar carta branca a tudo o que é estrangeiro. (O que não significa que a história não seja notícia).
Sendo os pedidos de informação das autoridades judiciais inglesas enquadrados nos princípios de cooperação judicial, é bom não esquecer essa cooperação não existiu quando foi pedida por Lisboa. E que os ingleses teriam actuado de forma muito diferente se fossemos nós a pedir informações sobre o seu primeiro-ministro.
Dito isto, vale a pena esclarecer o mais depressa possível o que se está a passar.
1 comentário:
"O que não significa que a história não seja notícia".
Confesso que ainda não percebi qual é "a história". Tudo bem esprimido, parece-me que não dá nada. Gostava que algum jornalista tentasse escrevê-la em digamos, dois ou três parágrafos inteligíveis.
Outra coisa: ao que parece, foi a polícia portuguesa que envolveu a inglesa nisto, e não o contrário.
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