"Estamos perante um comportamento de rebanho dos mercados, um comportamento de alcateia [wolfpack behavior]", afirmou o ministro das Finanças sueco Anders Borg, considerando que na segunda-feira não se pode desiludir os mercados, como lê aqui na Bloomberg.
A mesma atitude não está aparentemente a ter o Reino Unido. Alistair Darling diz que a responsabilidade cabe aos países da Zona Euro.
Após as decisões tomadas pela Cimeira do Eurogrupo, em comunicado aqui, os ministro das Finanças da UE estão reunidos, num encontro de emergência. Em cima da mesa está:
- Criação de um Fundo de Estabilização para o Euro - financiado com empréstimos que seriam contraídos pela Comissão Europeia junto dos mercados e que teria como objectivo garantir os créditos aos países com problemas de acesso aos mercados financeiros. O Fundo poderia ser semelhante (ou ser esse mesmo) ao que existe para a UE (facilidade para a balança de pagamentos) e que neste momento tem 50 mil milhões de euros. São necessários pelo menos mais 60 mil milhões de euros.
- Acelerar a redução dos défices públicos - Decisão que já foi adoptada na Cimeira de 7 de Maio à noite vez que o primeiro-ministro José Sócrates anunciou sexta-feira à noite que seria tomadas mais medidas e estabeleceu um novo objectivo para défice público este ano - em vez de 8,3% é de 7,3% do PIB.
- BCE assumia o papel de 'comprador de último recurso' - adquirindo títulos de dívida pública para acalmar os mercados. (O que já está a fazer indirectamente com a Grécia, ao aceitar como colateral todos os títulos de dívida pública grega que os bancos têm nas suas carteiras, sem restrição de notação de risco).
Europa prepara fundo para proteger o euro, no Negócios
Ministros das Finanças em Bruxelas para aprovarem mecanismo de estabilização para o Euro, na BBC
UE aprova mecanismo de estabilização para o euro, num combate aos "lobos" do mercado, Reuters
2 comentários:
Como diz o PK, a questão não será tanto o ataque ao Euro - que é uma excelente alavanca para as exportações de UE - mas sim o ataque contra a dívidas soberanas dos Estados mais frágeis...
Sobre esta última, a resposta que seria o tal Fundo de Estabilização, é demasiado tímida e, ou me engano muito, ou dentro de pouco tempo voltaremos a reuniões de emergência...
Fraquinho. Muito fraquinho.
O jogo está a ficar perigoso.
Não temos políticos à altura dos problemas que estão a surgir.
Todos os cenários começam a ser possíveis.
É preciso ser muito optimista e quase místico para acreditar em saídas airosas...
Todo o cenário se adensa.
Por cá, festeja-se o campeonato do Benfica e vai-se ver o Papa.
A sensação é quase kafkiana.
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