quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mais impostos para todos sem explicações

Vamos pagar todos muito mais impostos como se pode ver no comunicado do Conselho de Ministros  - muito mal cuidado e explicado. Um rascunho.

A conferência de imprensa também pouco serviu e fica também na história. O primeiro-ministro decidiu que só respondia a três perguntas e especificamente das televisões. O que interessa é a imagem.

Cada meio, todos sabem, desempenha uma função. A rádio dá a notícia, a TV mostra e os jornais explicam.

Mas não há nenhum interesse do Governo em explicar às pessoas o que as espera, justificar minimamente as razões que nos levaram até aqui - sem ser aquela desculpabilizante acusação aos "especuladores" -, solidarizar-se com os tempos difíceis que todos vão enfrentar e apontar um tempo que será melhor.

Fica na memória o primeiro-ministro ter dito que o corte nos salários das classes dirigente é "simbólico" - há uns tempos tinha acusado Paulo Portas de ser populista por ter proposto uma medida destas - num dia em que até o Reino Unido decidiu cortar os salários do Governo.  E a diferença com a mensagem de preocupação transmitida pelo novo líder do PSD.

12 comentários:

Alentejano disse...

Este 1º Ministro está a mais. Está fora de prazo.Parece que está num sonho..ou terá sonhado sempre? Qualquer líder da oposição tem mais capacidade que o 1º Ministro. Que vergonha...

Manuel Brás disse...

Farpas queirosianas revisitadas...

De olhos esbugalhados
e carteiras definhadas
são efeitos retalhados
por acções mal amanhadas.

É tal a perenidade
das contas descontroladas
mostrando insanidade
nas decisões propaladas.

São tantas as farpas certeiras
que há muito foram riscadas,
com todas as nossas besteiras
de medidas putrificadas.

Com a mesma decadência,
desde séculos passados,
instamos na imprudência
de enganos repassados.

Anónimo disse...

É a Coca-Cola, estúpidos!!!

Dante Alighieri, disse...

O consumo baixa. A poupança baixa. O desemprego sobe. A moeda baixa. A dívida pública sobe. A dívida das famílias sobe. A despesa corrente do estado mantem-se em níveis estratosféricos. O PIB neste decénio perdido- 2000/2009, em termos relativos, baixou. Os portugueses e a elite que os governa estão "mais incultos". O problema de Portugal, da economia, da política e da sociedade é ESTRUTURAL. Ler Alexandre Herculano, Vasco Pulido Valente e Rui Ramos. Não creio que este regime político resolva uma "dissolução" do estado portugu~es perante a força centrípeta avassaladora de Madrid. Se a Espanha está mal ficamos pior. Se a Espanha se fortalecer, a economia do planalto castelhano, absorverá as areias de Portugal. Ler também von Ratzel e um manual de Samuelson. José Sócrates e o Partido Socialista já não moram aqui.

causa vossa disse...

A CONTA, POR FAVOR!
Há muito que se sabia que uma parte da economia Portuguesa, os chamados não transaccionáveis viviam acima das suas posses.
A situação actual continua a ser muito grave, porque verdadeiramente nada vai mudar com esta política de balde de água para cima do incêndio.

Classes profissionais como a dos Juízes, médicos, gestores públicos, responsáveis diversos de organismos públicos, entourage público - privada de consultores, vivem claramente com remunerações muito acima daquelas que um país como Portugal pode pagar.
Já para não falar da política remunerativa do Banco de Portugal!

Há muito que sabemos que os gastos com esta magnífica entourage pública, tem jogado inversamente aos verdadeiros criadores de riqueza numa economia, os agentes económicos privados, estrangulados há muito por um Estado anafado e castrador da iniciativa.

As medidas que aí vêm têm assim um efeito de manter a cabeça do grande mamífero fora de água. Mas por quanto tempo se não se inverter o rumo?

E inverter o rumo exige medidas corajosa como cortes de 10 a 20% nas remunerações da função pública nos escalões mais altos da função pública, bem como esmiuçar ao pormenor todos os gastos.

Porque não se acabam as viagens com os Falcon, as executivas, e não se dão golpes profundos nos orçamentos da PR, do staff dos ministérios? Porque José Pinto de Sousa, o grande Português, acha que as medidas de carácter exemplar não fazem parte da sua matriz profunda?

O rei morreu, viva António José Seguro o socialista aparentemente com princípios!

Anónimo disse...

António José Seguro é o quê? Há por estes dias em Portugal muita alucinação colectiva. António José Seguro é outro "boy" do Largo do Rato. Provinciano, é uma outra versão Sócrates. Acreditemos em Messias...

causa vossa disse...

Caro anónimo

Não há Messias, mas tem de haver democracia, que é o pior regime com excepção de todos os outros.
Aparentemente pelo discurso e pelas acções...merece como todos o benefício da dúvida... não nos precipitemos a julgar os outros com base em coisa nenhuma!
Haja tolerância e menor precipitação!

Anónimo disse...

há por aqui muitos alucinados. para saber qual o papel de sócrates é pensar o que teria acontecido a portugal se esta grande recessão tivesse aparecido em 2004/2005, quando portugal tinha o maior défice e o menor crescimento da zona euro, para além de ausência total de reformas implementadas (a segurança social estava nas lonas). façam lá então o exercício e verifiquem que, se a crise internacional tivesse surgido nessa altura, o bobo da festa não teria sido a grécia, não.

Anónimo disse...

Cara Helena,

A culpa da situação a que chegámos é colectiva. É de cada um de nós. Numa democracia decente não seria possível ter mantido um primeiro ministro com tantos escândalos e histórias mal explicadas. Portugal não tem checks and balances... Assim de repente, agora que penso nisso, nem sequer sociedade civil com força ou interesse para os exigir. Portanto temos vindo a ser governados por uns aprendizes de qualquer coisa saídos das fileiras dos partidos (onde não reina propriamente a competência ou a meritocracia).
No entanto, e sem querer ser minimamente desagradável, constato que grande parte desta culpa pode ser atribuida aos órgãos de comunicação social, pois em vez de informar a população, tem servido os interesses da propaganda do regime (seja qual for o partido no governo). Recorda-se de quando se deu a nacionalização do BPN? Leu ou viu alguém com peso institucional noticiar que aquilo era a socialização de um prejuízo gigantesco, ou que a passagem dos prejuízos da sln para o bpn deveria ter sido imediatamente invalidada? Bem, só aí foram uns 4000 M de euros....
Magalhães e companhia (mais quê, 1000 M de Euros?) e isso teria, mais tarde ou cedo, que ser pago, não é?
Quando se fizer história, ir-se-ão apontar algumas responsabilidades, e muitas delas terão que ser forçosamente imputadas a quem foi cúmplice (na melhor das hipóteses) pelo silêncio.
Curiosamente, os portugueses não se dão conta (porque dependem do estado - vide Bagão Felix - 7000000 de portugueses dependem do estado)que ao não defenderem o interesse geral ou bem comum, tornam-se cada vez mais dependentes do próprio estado, os jornais não são diferentes. Dependem dos anúncios comprados directa ou indirectamente e são penalizados caso saiam da "linha".
Este país é formalmente uma democracia, mas cada vez mais, materialmente, uma anedota.
Desde ordens profissionais que não servem para absolutamente nada, a não ser defender interesses corporativistas e impedir a entrada de concorrência no mercado(como a dos advogados e a dos médicos, mas também a dos arquitectos), a uma justiça digna de kafka, passando por uma função pública que tem as mesmas funções duplicadas com institutos e fundações, de tudo se passa neste país...
Agora começa o tempo de ver até que ponto fomos coniventes com este regabofe.

Anónimo disse...

Alguém sabe uma boa receita para o Molotov ???

Anónimo disse...

"De la Vega pide a los periodistas que extremen sus "cautelas" para no poner "en riesgo" la estabilidad económica"

http://www.intereconomia.com/noticias-negocios/finanzas-personales/politica-economica/vega-pide-los-medios-que-extremen-cautelas-

Anónimo disse...

"...One can only guess what Mr Trichet meant when he said we are living through “the most difficult situation since the Second World War, and perhaps the First”. Is this worse than Credit Anstalt in the summer of 1931, the event that brought down central Europe’s banking system and tipped Europe into depression?..."

http://www.telegraph.co.uk/finance/comment/ambroseevans_pritchard/7730964/Forget-the-wolf-pack-the-ongoing-euro-crisis-was-caused-by-EMU.htm