Vale a pena ouvir as explicações do ministro das Finanças sobre a solução para o BPP.
Garantir as aplicações dos clientes do BPP em produtos de "retorno absoluto" era abrir uma caixa de Pandora. Todos quantos estão a perder dinheiro com as suas aplicações poderiam reivindicar exactamente o mesmo.
Quem trabalha na banca sabe bem o que tem tido de enfrentar. Clientes desesperados com a perda de valor das suas poupanças porque nunca compreenderam bem onde estava a colocar o dinheiro. Confiavam no "senhor do banco".
É o preço que estamos a pagar pelos excessos de desregulamentação em defesa da liberdade individual de escolha absoluta, mesmo quando sabemos que há pessoas a quem a sociedade não deu as ferramentas necessárias para fazer escolhas informadas. Como, neste caso, educação financeira.
Queremos, alguns, agora encontrar uns culpados. Quando na realidade todos fomos cúmplices com a classe política a liderar essa grande orientação de reduzir os poderes e os instrumentos dos reguladores que enfrentavam (e vão continuar a enfrentar) poderes sempre mais fortes e dissimulados que os seus.
3 comentários:
Estou estupefacta!!!!
... a solução, diz, “permitirá aos investidores no retorno absoluto substituir os títulos actuais por novos títulos emitidos por uma instituição credível e fora do universo do BPP, transaccionáveis, remunerados e reembolsáveis pela entidade que fará a emissão e serão títulos mobilizáveis para efeito de liquidez”.
Ainda não ouvi ninguém perguntar a este senhor quais são as instituições credíveis e quais as que não são... pergunta que considero URGENTE! até para que depois não voltemos a ouvir os jornalistas a dizer: "Já toda a gente sabia que havia problemas, cheirava a esturro por todo o lado!! blá, blá, blá!!!”
Há uma verdade que niguém diz: o BPP faliu e quem lá investiu dinheiro vai ficar sem ele. Esta é a pura das verdades.
Só não se compreende como o Sr. Rendeiro e demais administradores do BPP ainda estão em liberdade.
Portugal não é um paraíso fiscal, mas é concerteza um paraíso criminal.
Se Madoff tivesse falido em Lisboa, ainda estaria em Liberdade, a beneficiar da «presunção de inocência».
O ministro fala em 'instituições credíveis', o que que pressupõe que também há 'instituições não credíveis'!!!
E o governador do BdP que tem a dizer sobre o assunto??
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