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A foto de um dos terroristas que atacou a estação de caminhos de ferro tirada por Sebastian D'Souza do Mumbai Mirror.
Azam Amir Kasav, com 21 anos, sobreviveu. A história contada no Mumbai Mirror
O mesmo jornalismo participativo e os problemas que coloca como fonte de informação:
Actualização: acrescento o post de António Granado
O Governo deu mais peso a estes factores. Tem dados que nós não temos, nomeadamente o endividamento do BPP ao exterior e os efeitos que a sua falência poderia ter nos compromissos dos outros bancos perante o exterior.
Portugal é um país endividado face ao exterior - só este ano precisamos de um financiamento equivalente 10% do PIB, o equivalente a 47 milhões de euros por dia.
Criar factores de desconfiança na capacidade do país - leia-se, banca - pagar as suas dívidas poderia ser fatal para toda a banca. O problema é que o ministro das Finanças disse ao Negócios que o BPP não tinha risco sistémico. Afinal parece que tem.
Foi esse risco que parece - ainda ninguém o disse oficialmente - terá levado o Governo a salvar o BPP.
Foi esse risco que transformou o BPP num bem público e permitiu que os accionistas olhassem para o problema como mais dos outros - portugueses - que deles. De qualquer forma, os veículos onde têm o seu dinheiro investido está em perda e muito provavelmente não seriam afectados pelo queda da parte bancária do banco. Tudo isto se compreende, tudo isto é racional.
Mas há outras racionalidades. Há um gravíssimo efeito perverso em tudo isto, sintetizado também hoje em parte no artigo de Miguel Sousa Tavares:
"Se você é grande accionista do BPN ou do BPP e deve 500 ou 750 milhões de euros, não se preocupe que tudo será feito para acorrer em seu auxílio. Nos anos bons cobram-lhe não mais de 15% efectivos sobre os seus extraordinários lucros (...), nos anos maus acodem-lhe aos prejuízos. Mas se você tem o azar de ser tributado apenas no IRS pelo seu trabalho, facilmente lhe levam 42% dos seus rendimentos e começam a debitar juros no primeiro dia de incumprimento" Miguel Sousa Tavares, Expresso 29 de Novembro de 2008
E isto é o mínimo que se pode dizer sobre os efeitos perversos da história de salvação dos bancos que está a decorrer em Portugal.
Já tinha defendido aqui que o BPP era um caso diferente do BPN. É pena que os seus accionistas não tenham estado disponíveis para resolver o problema de liquidez do banco.
São as previsões da OCDE hoje divulgadas.
As perspectivas são ainda mais desanimadoras quando se olha para as previsões que ali se lêem para a esmagadora maioria dos países da OCDE.
Na zona euro a recessão é inevitável, com acentuadas reduções no investimento privado. De tal forma que o investimento público apenas consegue moderar a queda.
With the benefit of years of investigations it now appears that
BCCI’s financial statements were falsified ever since the bank was founded in 1972 (Basel Committee, 2004, p. 49). That this escaped detection for
nearly twenty years shows how effectively the complex international corporate
structure it devised shielded it from scrutiny by external accountants,
supervisors or regulators.E ainda aqui o relatório do senado dos EUA sobre o assunto - vale a pena ver a relação como Kissinger
- O caso Barings - também no Reino Unido, a fraude de uma só pessoa