No dia 6 de Abril de 2011, Portugal pede ajuda financeira à União Europeia. E assim sai dos mercados financeiros - deixa de se financiar no mercado e passa a financiar-se directamente junto da UE/FMI.
Uma ajuda que se tornou inevitável, ditada pela velocidade com que subiram as taxas de juro e desceram os 'ratings' da República desde que o Governo se demitiu na sequência do chumbo do chamado PEC IV.
Um pedido que José Sócrates concretiza contra a sua vontade.
Desde o início da semana assistimos a entrevistas de banqueiros à TVI afirmando em praça pública o que nunca imaginaríamos possíveis.
O presidnete do BCP foi o primeiro a dizer que Portugal devia pedir ajuda já. Seguiu-se o banqueiro dos banqueiros, Ricardo Salgado na terça-feira, afirmando exactamente o memso: Portugal tem de pedir ajuda.
Foram (as entrevistas dos banqueiros), e são, reveladoras da resistência do primeiro-ministro em pedir apoio financeiro à UE, fazendo o país correr um risco de colapso que nos custaria bastante caro.
E todo o calendário de dia 6 de Abril revela bem até que ponto o primeiro-ministro estava disposto a ir na sua recusa em pedir ajuda:
18:00 - O processo de pedido de ajuda começa com a entrevista do ministro das Finanças dada por escrito, e que é publicada praticamente à hora a que chegou ao mail. O objectivo era comentar o leilão de Bilhetes do Tesouro que deu um sinal dramático de encerramento dos mercados para Portugal. Eis que quando questionado sobre o pedido de ajuda responde:
"Perante esta difícil situação, que podia ter sido evitada, entendo que é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política. Tal exigirá, também, o envolvimento e o comprometimento das principais forças e instituições políticas nacionais".
19:00 - Sabe-se que o primeiro-ministro vai fazer uma comunicação ao país às 20:30
Poucos minutos depois das 19:00 a Comissão Europeia dizia que ainda não tinha recebido um pedido de ajuda de Portugal
Quase às 20 horas sabe-se que foi convocado um Conselho de Ministros extraordinário.
Pouco depois das 20:30 o primeiro-ministro anuncia que pediu ajuda externa.
21:00 em Lisboa, 22:00 em Bruxelas, a Comissão Europeia revela em comunicado que o primeiro-ministro José Sócrates informou o presidente da Comissão que vai pedir ajuda.
Tudo correrá bem - e provavelmente melhor do que esperamos neste momento - se os partidos do arco da governação actuarem responsavelmente. Têm de assumir compromissos em plena campanha eleitoral.
Será a credibilidade desses compromissos que evitará medidas ainda mais duras de austeridade. Quanto mais for a capacidade de os partidos se entenderem, de cooperarem, menos será o aperto do nosso cinto.
Vamos ter de reduzir o nosso nível de vida, mas poderemos fazê-lo à bruta ou mais lentamente - tudo depende dos nossos líderes políticos.
Uma ajuda que se tornou inevitável, ditada pela velocidade com que subiram as taxas de juro e desceram os 'ratings' da República desde que o Governo se demitiu na sequência do chumbo do chamado PEC IV.
Um pedido que José Sócrates concretiza contra a sua vontade.
Desde o início da semana assistimos a entrevistas de banqueiros à TVI afirmando em praça pública o que nunca imaginaríamos possíveis.
O presidnete do BCP foi o primeiro a dizer que Portugal devia pedir ajuda já. Seguiu-se o banqueiro dos banqueiros, Ricardo Salgado na terça-feira, afirmando exactamente o memso: Portugal tem de pedir ajuda.
Foram (as entrevistas dos banqueiros), e são, reveladoras da resistência do primeiro-ministro em pedir apoio financeiro à UE, fazendo o país correr um risco de colapso que nos custaria bastante caro.
E todo o calendário de dia 6 de Abril revela bem até que ponto o primeiro-ministro estava disposto a ir na sua recusa em pedir ajuda:
18:00 - O processo de pedido de ajuda começa com a entrevista do ministro das Finanças dada por escrito, e que é publicada praticamente à hora a que chegou ao mail. O objectivo era comentar o leilão de Bilhetes do Tesouro que deu um sinal dramático de encerramento dos mercados para Portugal. Eis que quando questionado sobre o pedido de ajuda responde:
"Perante esta difícil situação, que podia ter sido evitada, entendo que é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política. Tal exigirá, também, o envolvimento e o comprometimento das principais forças e instituições políticas nacionais".
19:00 - Sabe-se que o primeiro-ministro vai fazer uma comunicação ao país às 20:30
Poucos minutos depois das 19:00 a Comissão Europeia dizia que ainda não tinha recebido um pedido de ajuda de Portugal
Quase às 20 horas sabe-se que foi convocado um Conselho de Ministros extraordinário.
Pouco depois das 20:30 o primeiro-ministro anuncia que pediu ajuda externa.
21:00 em Lisboa, 22:00 em Bruxelas, a Comissão Europeia revela em comunicado que o primeiro-ministro José Sócrates informou o presidente da Comissão que vai pedir ajuda.
Tudo correrá bem - e provavelmente melhor do que esperamos neste momento - se os partidos do arco da governação actuarem responsavelmente. Têm de assumir compromissos em plena campanha eleitoral.
Será a credibilidade desses compromissos que evitará medidas ainda mais duras de austeridade. Quanto mais for a capacidade de os partidos se entenderem, de cooperarem, menos será o aperto do nosso cinto.
Vamos ter de reduzir o nosso nível de vida, mas poderemos fazê-lo à bruta ou mais lentamente - tudo depende dos nossos líderes políticos.
3 comentários:
Gostei. Como sempre, tudo explicado de forma tão simples!!!
Tambem gostei!todavia não se pode ficar por vamos todos sofrer com as medidas de austeridade...essa generalização´é quase insultuosa para quem não é politico,comentador,etc...a classe m´dia baixa e baixa que se deixou levar pelo "canto do cisne"das "financeiras" e se endividou vai passar fome está já a passar...a geração dos trinta aos quarenta vai conhecer a dura realidade que eu conheci á quarenta anos atrás...tenho pena muita pena porque sempre achei escandaloso os "estádios" "a "expo" etc etc...nunca ganhei nada com eles e agora já estou a pagar isso tudo eu que ganho setecentos euros mensais.
Helena Garrido, a única coisa que me preocupa neste momento é a notícia da Europa exigir um plano de privatizações total. É que sendo um defensor da verdadeira concorrência aflige-me colocar nas mãos de alguns monopólios privados alguma réstia de putativa riqueza Portuguesa. Sem réstia de empresas estratégicas e sem réstia de verdadeiras âncoras nacionais o que será dos restantes Portugueses? A não ser que a Europa queria que privatizemos a CP, a Refer, o Metro de Lisboa e do Porto... nunca a TAP!
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