Imprescindível o artigo que José da Silva Lopes publica hoje no Jornal de Negócios sobre a crise dos combustíveis, respondendo à pergunta: "Subida dos preços do petróleo: quem paga?"
Uma lição de economia e uma lição de como a disciplina de raciocínio melhora o diagnóstico e produz soluções mais eficazes, dirigidas de facto a quem é afectado pela crise.
As cabeleireiras, diz Silva Lopes, sofrem mais com a subida dos preços da energia que os camionistas e pescadores.
2 comentários:
Silva Lopes numa entrevista (a si?) referiu-se a dois empurrões recentes da economia portuguesa: o IDE pós adesão à CEE e a quebra das taxas de juro dos anos 90, com a subsequente expansão do consumo público e privado, financiada com dívida. Na entrevista dizia não vislumbrar outro empurrão no futuro próximo. No artigo de hoje também não se refere a nenhuma luzinha ao fundo do túnel...
O maior problema é que esta crise energética é muito mais profunda do que as anteriores. O efeito do "peak oil" está a ser terrível sobretudo nas economias mais débeis. O preço da energia arrasta os outros preços todos para cima e faz disparar a inflação. A inflação acciona para cima as taxas de juro que por usa vez liquidam o já débil poder de compra dos cidadãos que vivem dos rendimentos do trabalho. Isto parece uma espiral sem fim accionada pela escassez crescente dos recursos energéticos. Sem recursos suficientes, ou com recursos mal distribuídos não há economia que aguente. É como um prédio sem fundações!
Países como Portugal correm o risco de deixar ter classe média - esta é a classe que sustenta o país porque é a única que paga os impostos que nos suportam a todos!
Enviar um comentário