sábado, 30 de janeiro de 2010

Nesta história dos 'ratings' e riscos...

... a Alemanha é, com frequência, o país que tem dificuldade em colocar a sua dívida.

E mais algumas observações:
  • A Fitch não teve o comportamento reservado que em regra as agências de 'rating' têm - reservadas nas suas avaliações. Dizer que aumentou o risco de aumentar o risco com base na surpresa do défice de 2009 é andar atrás da realidade e não à frente. E, obviamente, o ministro das Finanças tem razão quando diz que a Fitch, ao pronunciar-se logo na manhão de quarta-feira - quando o Orçamento tinha sido entregue às 10:30 da noite no Parlamento - é pouco favorável à credibilidade da agência. Mais sensata foi - como sempre, aliás - a Standard & Poor's.
  • Não vale a pena criticar as agências de 'rating'. Equivale a queixar-nos da chuva, do frio, do vento ou do calor.
  • O sistema funciona assim - quem investe apoia-se nas opiniões das agências de avaliação de risco e dos bancos de investimento.
  • O sistema funciona assim porque assim foi desenhado nos últimos anos - entregaram-se ao sector privado funções que pertenciam aos Estados - directamente ou através de organizações por les controladas como o FMI.
  • O novo quadro que se está a desenhar para a supervisão da banca reforça esse modelo de entrega de funções a auditores privados - retirando mais funções aos supervisores públicos.
Não se pode ter tudo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Bem, a esta hora será rigoroso dizer ...

Governo entrega Orçamento fora de prazo
pela primeira vez desde meados dos anos 80

(ou talvez não)
Neste momento está agendada a entrega do OE às 22 horas no Parlamento.

Há anos que isto acontece...

Todos os anos os governos têm de fazer o Orçamento do Estado.
Há muitos anos já que não me lembro de ver o Orçamento a ser entregue calmamente ao Parlamento a meio do dia.

Se a minha memória não me trai, a última vez que me lembro de um Orçamento ser entregue na Assembleia da República ainda de manhã, seguindo-se a conferência de imprensa por volta do meio dia foi algures no início dos anos 90 quando Braga de Macedo era ministro das Finanças. (Lembro-me da imagem do ministro, em pé, com um monte de dossiers uns em cima dos outros ao seu lado - O Orçamento).

De então para cá tem sido sempre este drama. O Orçamento entregue quase no último minuto do último dia no Parlamento. Uma conferência de imprensa marcada à última hora.

Razões?... Confesso que não sei. Não consigo compreender. Houve um tempo no passado que se conseguiu não ser aquele aluno que faz tudo no último minuto. Tempo em que não existiam as tecnologias de hoje.

(Desabafos, ainda á espera de conhecer o Orçamento para olhar para ele ao serviço dos leitores do Negócios)

À espera...

... do Orçamento do Estado de 2010, um dos mais difíceis das últimas décadas.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sinais de acordo com o PSD no Orçamento

Notícia do Negócios.
PSD deixa cair proposta para alargar subsídio de desemprego

Vistos do dia

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Avisos ao Governo, ao PSD e ao PP

As yields da dívida pública grega a dez anos atingiram os 6,17% hoje, mais 295 pontos bases que a taxa que está a ser exigida aos alemães.
Os investidores estão a fugir da dívida pública grega, apesar de todas as garantias que têm sido dadas pelo governo de Atenas

Os títulos equivalente para a dívida pública portuguesa - Obrigações do Tesouro a dez anos - estão com taxas de rendibilidade de 4,26%. No espaço de dois meses, a diferença entre a taxa exigida a Portugal e aos alês duplicou.

Vistos do dia

O Parlamento é hoje um o principal centro de acontecimentos no dia de hoje. É dali que vamos receber os primeiros sinais sobre a existência (ou não) de um entendimento alargado para a redução do défice público. Fundamental para evitar que as taxas de juro de longo prazo continuem a subir.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Orçamento do Estado 2010 - muito ruído (ainda) (actualizado)

Se as propostas do CDS/PP para o Orçamento do Estado para 2010 custam 700 milhões de euros,

  • onde está a neutralidade orçamental que Paulo Portas garante?
  • porque está o Governo menos flexível para aceitar as propostas do PSD que teriam um custo pouco superior a 400 milhões de euros (330 milhões de euros pela suspensão do Pagamento Especial por Conta e 82 milhões de euros pelo aumento da transferência para a Madeira)?

As negociações para o novo Orçamento que, desejavelmente, deve ser apoiado pro uma maioria alargada está ainda recheado de ruído e sombras.

Se o PSD não tiver já hoje estabelecido um entendimento de princípio com o Governo, amanhã de manhã na Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças votará favoravelmente diplomas que aumentam despesa. Vamos ver.

Actualização/Correcção feita dia 20 de Janeiro: A neutralidade orçamental do PP parece estar em propostas ligadas às Scuts.

Oops... quem é o Governo? Quem é o Sindicato?

Ministério do Trabalho reconhece que medidas excepcionais de apoio ao emprego ficaram longe dos objectivos

João Proença reconhece impacto positivo das medidas de combate ao desemprego

Vistos do dia

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O peso do CDS nas minorias

Interessante o peso e influência que o CDS tem tido sempre que há governos minoritários.

CDS lidera viabilização dos orçamentos em governos minoritários.

Também no Orçamento do Estado para 2010 o CDS prepara-se para ser o grande protagonista.

A Cimpor

O dia de negócios continua marcado pela ´luta pelo controlo da Cimpor com os brasileiros com protagonistas.

A Votorantim é a terceira empresa brasileira a entrar na batalha, como noticia hoje o Negócios.

A Camargo Corrêa mantém o interesse na compra da Cimpor depois da CMVM ter dito que ou lança uma OPA ou desiste da fusão.

Tudo desencadeado pela OPA lançada pela CSN no dia 18 de Dezembro.

A CSN tem esta semana a primeira grande "dor de bolso" no lançamento da OPA - tem de apresentar uma garantia bancária de 4 mil milhões de euros para registar a oferta.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Teixeira dos Santos cometeu uma "gaffe"?

Terá o ministro das Finanças cometido uma 'gaffe' à saída reunião de quinta-feira com os diversos partidos da opoisção, quando disse que se a suspensão do PEC e as alterações das finanças regionais fossem aprovadas não via outra alternativa que não fosse subir impostos?

As declarações do ministro das Finanças aqui.

As suas declarações acabaram por gerar uma reacção muito agressiva de Manuela Ferreira Leite no debate quinzenal que por sua vez geraram uma reacção ainda mais agressivas do primeiro-ministro... E a criar espaço para que Paulo Portas surgisse como o salvador.


Resultado: o entendimento entre o Governo e o PSD está mais difícil; o entendimento entre o Governo e o CDS/PP está mais fácil.

Na actual conjuntura, a ausência do PSD num acordo de redução do défice público não pode ser bem compreendido.
Face ao que já se passou, o PSD apenas perdeu a liderança do processo negocial.

O País precisa mesmo que esse acordo se faça e que se faça incluindo o PSD.
A acentuada subida das taxas de rendibilidade da dívida pública - sintoma que os investidores se estão a livrar dos títulos de dívida portuguesa - é um sério alerta.

O IGCP fez um comunicado inédito aos mercados financeiros, bem revelador das dificuldades que podemos enfrentar na obtenção de financiamento - não apenas para o Estado mas para todos.

Esperemos que o jogo partidário não seja um valor superior ao valor da estabilidade financeira e social do país.

(Os políticos embrenhados nos partidos chamam a estas prioridades tecnocracias ou economicismo. Até podem ser. Mas não é por isso que não deixam de ser prioridades que se impõem em determinadas conjunturas)