"É a primeira vez que o consigo entrevistar desde que é primeiro-ministro. Os Gato Fedorento conseguiram à primeira"
Maria Flor Pedroso, na entrevista que fez a José Sócrates na Antena 1
Uma extraordinária síntese da grande distância entre o que se diz e o que se faz.
Desde finais de Julho que, em nome do Negócios, pedi uma entrevista a todos os líderes dos cinco partidos representados no Parlamento.
Jerónimo Sousa do PCP e Francisco Louçã do Bloco de Esquerda rapidamente agendaram as entrevistas, conciliando as suas agendas com as prioridades do jornal.
Paulo Portas, do PP, Manuela Ferreira Leite, do PSD, e José Sócrates do PS não tiveram tempo, durante quase dois meses, para dispensar uma hora e meia do seu tempo para serem questionados sobre as políticas que propõem para o país.
Pode ser que até dia 23 de Setembro ainda tenham tempo.
E como se conhece pela orientação editorial do Negócios as questões seriam fundamentalmente sobre o conteúdo das políticas - o que fazer e como fazer. Como foram aliás as entrevistas feitas a Jerónimo Sousa e Francisco Louçã que podem ser aqui vistas parcialmente em vídeo.
Mas todos dizem - os três líderes - que querem falar de de política no sentido de policy e não de política no sentido de politics.
Mas todos dizem que odeiam a política espectáculo, o marketing político, o sound byte que lhes é exigido pelos meios em tempo real como as televisões e as rádios...
Não tenho nada contra os Gatos. Pelo contrário, sou uma grande fã e não perco um. Nem dos actuais, nem os passados. Espero até que o actual programa se mantenha. Quando não há Gatos o país fica pior.
Os Gatos, como as respostas rápidas às televisões e às rádios nos espaços públicos, não são suficientes para contextualizar uma política.
Enfim. Entrevistas de fundo parece que já ninguém quer. A classe política queixa-se do que parece gostar. E do que diz gostar não faz.
Lições para nós, jornalistas.
2 comentários:
A esquerda portuguesa ganhará as próximas eleições legislativas em Portugal. Pior, o esquerdismo vencerá. Esta vitória tem por base a ignorãncia, o nosso subdesenvolvimento cultural e o oportunismo político de um certo capitalismo oportunista e totalmente falho de escrúpulos. A pobreza oferecerá o governo a Sócrates que gerará mais pobreza.E chegaremos a Madrid de carroça... É o Inferno. Dante.
o que mais assusta é pensar que a maioria do povo português não gosta ver com profundidade toda a realidade que os rodeia .
ouvi a entrevista da Antena 1 , não foi muito bonita ... perdeu sentido de analise , e tal como no programa do Gato Fedorente, não flui para uma informação coerente das proposta do PS para a próxima legislativa
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