Os investidores estão em figa dos títulos de dívida pública italianos e espanhóis, as bolsas caíram com especial relevo para a banca - o Stoxx da banca caiu 3,19%, subindo apenas dois (gregos, a ironia) dos 49 bancos que integram o índice. O euro está em queda como também o dólar.
Em Portugal o BCP chegou neste dia a valer menos do que 30 cêntimos por acção e caiu 7,23%. O único banco que subiu foi o BPI - a instituição financeira que estava preparada para estes tempos turbulentos e perigosos. (Para que serviram os testes de stress, nesta versão dois? Mais uma invenção para gerar mais ruído do que informação, mais problemas que soluções, com especial relevo para países como Portugal - ler aqui Com amigos assim...)
Isto é o que s epode ler no FT:
Italian and Spanish borrowing costs hit fresh euro-era records and bank shares dropped on Monday as markets increased the pressure on European leaders ahead of a crucial summit on the eurozone debt crisis.
Italy’s benchmark 10-year bond yields rose above 6 per cent and were up 27 basis points at 6.03 per cent in midday trading. Spanish yields hit 6.35 per cent, their highest level since 1997, ahead of debt auctions on Tuesday and Thursday.
Como já se sabia e tenho escrito até à exaustão, é a políticaSe os líderes europeus - leia-se Angela Merkel - não mudarem de estratégia na abordagem da crise do euro, sem incumprimentos e com uma intervenção musculada do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) nos mercados de dívida pública para os estabilizar, estaremos à beira de uma gravíssima crise. A próxima Cimeira extraordinária de quinta-feira não pode deixar de ser a Cimeira decisiva.
Cada dia que passa parece mais um dia para o abismo. O mundo está mesmo muito eprigoso. (Resta-nos esperar que a União actue como sempre, no último minuto e à beira do precipício)
3 comentários:
Hoje, madrugada do dia da cimeira, há mais razões para temer que não haja consenso e que as decisões importantes sejam mais uma vez adiadas. Quando a chanceler Merkel diz que "não devemos esperar nada de extraordinário", parece preparar o caminho para o cenário habitual: mais uma reunião inconclusiva. Esperemos que eu esteja enganado...
Acredito que a Helena Garrido vai partilhar comigo o julgamento sobre as medidas entretanto anunciadas: NÃO CHEGAM!
1
Primeiro: a questão Portuguesa.
Uma taxa de 3,5 por cento ainda não serve porque não há perspectiva dum tão grande crescimento nominal. E por isso não permite uma poupança mínima que sirva para pagar os juros acordados. Isto é mesmo uma questão de "aritmética". Por isso, me juntei à sua euro-discordância em 8/12/2012 quanto à necessidade de taxas "subsidiadas".
2
As medidas anunciadas não colocam a resolução dos problemas orçamentais dos países da zona do euro fora dos mercados. Procuram ainda resolver uma questão de finança "pública" como se fôsse de finança "privada".
Que é a mesma razão errada por que a metodologia da construção dum "rating" se aplica de modo semelhante a uma sociedade anónima e a um Estado soberano. (Apesar do "rating" da sociedade anónima ter em conta o valor económico da sociedade mas o "rating" soberano ignorar o valor económico do país.)
3
A Senhora Merkel tem tanta razão sobre o papel dos ditos "privados" na dívida dos países do euro, como tiveram aqueles que acreditaram na dita "garantia implícita" da dívida da Fannie Mae e Freddie Mac até à data da sua reintegração no orçamento federal.
4
A solução de toda esta questão da zona do euro está implícita na entrada anterior da Helena Garrido: só será conseguida quando o contrôlo orçamental sair de todos os países (incluindo Alemanha e França) e passar para Bruxelas. Como está previsto no Tratado de Lisboa...
5
Mas tenho alguma dificuldade em aceitar a ideia de que as medidas tomadas são tardias. Porque sei pouco de "política".
Mas recordo que as medidas do New Deal nos EUA também foram mais do que tardias. FDR esperou o mais que pôde até ver totalmente derrotada a visão populista de Huey Long...
6
Por tudo isto: acredito que as boas medidas vão acabar por ser tomadas ainda antes do final de 2012. Insisto: nessa altura, o euro vai valer 2,50 dólares.
Obrigado.
F
Concordo com o que escreve em "Que venham os estrangeiros".
Entretanto, não se esqueça das muitas e muitas empresas anónimas que, sem apoio do papá-Estado, de forma anónima competem com sucesso nos mercados mas competitivos do mundo.
Um dia que queira conhecer uma vintena delas na zona Norte ...
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