Terá o ministro das Finanças cometido uma 'gaffe' à saída reunião de quinta-feira com os diversos partidos da opoisção, quando disse que se a suspensão do PEC e as alterações das finanças regionais fossem aprovadas não via outra alternativa que não fosse subir impostos?
As declarações do ministro das Finanças aqui.
As suas declarações acabaram por gerar uma reacção muito agressiva de Manuela Ferreira Leite no debate quinzenal que por sua vez geraram uma reacção ainda mais agressivas do primeiro-ministro... E a criar espaço para que Paulo Portas surgisse como o salvador.
Resultado: o entendimento entre o Governo e o PSD está mais difícil; o entendimento entre o Governo e o CDS/PP está mais fácil.
Na actual conjuntura, a ausência do PSD num acordo de redução do défice público não pode ser bem compreendido.
Face ao que já se passou, o PSD apenas perdeu a liderança do processo negocial.
O País precisa mesmo que esse acordo se faça e que se faça incluindo o PSD.
A acentuada subida das taxas de rendibilidade da dívida pública - sintoma que os investidores se estão a livrar dos títulos de dívida portuguesa - é um sério alerta.
O IGCP fez um comunicado inédito aos mercados financeiros, bem revelador das dificuldades que podemos enfrentar na obtenção de financiamento - não apenas para o Estado mas para todos.
Esperemos que o jogo partidário não seja um valor superior ao valor da estabilidade financeira e social do país.
(Os políticos embrenhados nos partidos chamam a estas prioridades tecnocracias ou economicismo. Até podem ser. Mas não é por isso que não deixam de ser prioridades que se impõem em determinadas conjunturas)
3 comentários:
Cara Helena,
Aí como cá, subir impostos é praxe absolutamente normal.
Estarei em Lisboa em fevereiro e torço para que seja um passeio maravilhoso em terras lusitanas.
Abraço,
João Melo, direto da floresta amazônica!
Mas a Helena que não é nem ingénua nem distraída, acredita que há milagres destinadas às Contas Públicas? Acho que temos ambos a noção clara que, caso as oposiçoes reduzam a receita e criem novos centros de despesa, o que é que resta ao MF fazer? Rezar?
Real ou imaginada
a crise está presente
de forma iluminada
e bastante reluzente.
É acre a lentidão
do nosso sangramento,
revelando a podridão
que cobre o firmamento.
Tantos milhões investidos
em obras cintilantes
nestes anos incontidos
de gastos petulantes.
São milhões a esvoaçar,
quais abutres esganados!
Com esta crise a grassar
em infames tons tisnados.
Tantas ideias reiteradas
em avisos informados,
mas as políticas maradas
deixam-nos assaz inflamados.
O racionalismo calculista
dominante na sociedade
espelha a faceta simplista
delirante de alarvidade.
Urgem metas orçamentais,
claras e executáveis,
por motivos fundamentais
e há muito imutáveis.
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