O Orçamento do Estado da Irlanda:
» Salários da função pública reduzidos em 5% ( até ao limite 30 mil euros); 7,5% ( sobre valores até 40 mil euros - o que, se bem percebi, incide sobre os valores que vão dos 30 mil aos 70 mil euros) e 10% para os últimos 55 mil euros.
» O salário do primeiro-ministro será reduzido em 20% e dos ministros em 15%.
E muito mais que se pode ler aqui.
Em Portugal estamos na fase de discutir um rectificativo que é um formalismo - legitimar o que já está gasto como se verifica na emissão de dívida.
É pela história já construída e por aquela que se está a fazer neste momento que as agências 'rating' são depois mais "benevolentes" com os anglo-saxónicos.
As criticas que se fizeram às agências d e'rating' por se terem apressado a fazer alertas a países como Portugal deixando a Irlanda mais aliviada da pressão tem nesta história a sua explicação.
3 comentários:
A eficácia da política económica irlandesa parece-me altamente duvidosa. Se o défice público descer, mas o PIB irlândes descer na mesma proporção (ou maior), então, em termos relativos, as necessidades de financiamento do estado irlandês não se reduzirão. Segundo creio, foi exactamente isso que aconteceu em 2009.
Além disso, falta explicar o que é que as agências de rating sabem que os mercados que definem as taxas a que são feitos empréstimos aos diversos estados não saibam.
Mais uma vez, a experiência recente sugere que as agências de rating se guiam basicamente pelas opiniões mais convenientes para quem detém poder.
Não entendo como, depois de tudo o que se passou, é possível que a imprensa económica continue a levá-las a sério.
oh dra. helena, vê-la a defender as agências de rating deixa-me sem palavras. terá de explicar porque nem os investidores seguem as recomendações dessas cabeças. até parece que está como o dr. nogueira leite, que não disfarça o incómodo que lhe causa o facto de os investidores não seguirem as notações de dívida.
Reagindo às reacções:
1. A reacção dos mercados aos alertas das agências 'rating' revela que os investidores ainda as ouvem, por muito que isso seja irracional face aos erros que sistematicamente têm cometido.
2. A imprensa económica, como toda a imprensa, tem de as levar a sério quando há quem as leve a sério - e ainda há quem as leve muito a sério.
3. O programa irlandês - revisitei muito rapidamente os casos de políticas orçamentais contraccionistas que foram expansionistas - e nos anos 80 isso aconteceu na Irlanda. Claro que a política que Dublin está a seguir é de risco muito elevado. Mas num mundo que é mais financeiro que económico - e que poucos ainda entendem - é preciso ter alguma cautela nas conclusões.
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