Os problemas conjunturais são:
- Dificuldade das empresas micro, pequenas e médias no acesso ao crédito
- Aperto de tesouraria com os clientes a pagarem mais tarde, as empresas a venderem menos e alguns impostos (como o Pagamento Especial por Conta) indexados a valores do passado quando se vendia mais.
- Falências com ameaça de aumento do desemprego.
As medidas apresentadas orientam-se exactamente para esses problemas. Alguns exemplos:
- Linhas de crédito, fundos de reestruturação industrial e de financiamento de projectos (neste caso para as agro-indústrias e agricultura)
- Redução do limite mínimo do Pagamento Especial por Conta de 1250 para 1200 euros; redução das contribuições para a segurança social para empregados com mais idade; compromisso de acelerar a devolução do IVA;
- Alargamento temporário do subsídio de desemprego por mais seis meses; apoios a empresas que precisem de reduzir temporariamente a actividade económica.
Juntam-se a estas medidas de carácter mais conjuntural, o reforço do crédito ao seguro para exportação e uma linha de financiamento à exportação mais vocacionada para aumentar as vendas ao exterior, bem como a promoção no exterior - esta última sempre com eficácia duvidosa.
Do lado dos estímulos à economia por via do aumento da Procura, destacam-se as iniciativas de investimento público de obras em escolas, incentivos ao investimento em banda larga e no aumento da eficiência energética.
Parece ser um plano um bocado melhor pensado.
O défice público vai aumentar dos 2,2% previstos para 3% em 2009.
2 comentários:
TENTAR ESVAZIAR O MAR COM UM BALDE...
Temos uma crise que "rebentou"... porque tinha de rebentar!
Primeiro rebenta no imobiliário, depois passa para as bolsas de valores, logo contagiando a Economia real... porque rebentou o esquema piramidal.
Nós cá temos o BPN, o BPP, "furacão"... eu sei lá!
Mas quando lemos sobre o último escândalo, o de Bernard Madoff que, em 13 anos, ESPATIFOU 50'000 milhões de USD no que “puede acabar siendo un fraude cinco veces mayor que el que tumbó la telefónica WorldCom en 2002, o a la eléctrica Enron y la tecnológica Tyco.” e é apenas UM caso... NÃO DEVEMOS PENSAR QUE O PIOR ESTÁ PARA VIR?
Quando lemos a propósito Madoff "No había una pistola humeante, pero sí muchos farolillos rojos que invitaban a ser prudentes"… "No es que operara bajo el radar. Es que construyó el radar" NÃO DEVEMOS NOVAMENTE PENSAR QUE O PIOR ESTÁ PARA VIR?
J. Bravo - 14 Dez 2008
As contas simplistas do governo parecem ser: tínhamos um défice de 2,2%, vamos gastar mais 0,8%, ficamos com um défice de 3,0%. Ridículo. Se temos uma forte revisão do cenário macro (implícita no pacote anti-crise), então a anterior previsão de despesa leva a um défice muito superior aos 2,2%. Logo, o novo défice será muito acima dos 3%. A não ser que o governo tencione inventar mais umas quantas manigâncias, às muitas que já lá estavam para assegurar os milagrosos 2,2%.
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