Portugal regista a quarta maior taxa de crescimento na Área do Euro para os países que existem dados, de acordo com o Eurostat . A Alemanha tem o pior desempenho.
Diz João Pinto e Castro que há um problema com os dados portugueses. De facto, o Eurostat - pode ler-se no fim do quadro com os dados - alerta que no caso português os dados estão desasonalizado MAS não estão corrigidos de dias úteis.
Assim como no primeiro trimestre, a taxa de crescimento pode ter sido prejudicada - era mais alta - por causa dos dias úteis terem sido menos (Páscoa, por exemplo), agora os dias úteis foram mais. O que pode ser anulado - pode, não fiz as contas - quando se compara o segundo trimestre com o primeiro.
De qualquer forma, indicadores como a inflação e o desemprego revelam que Portugal está a ter um desempenho melhor que o que seria de esperar.
Na inflação tem a segunda mais baixa taxa da Área do Euro. Pode não ser uma boa notícia, mais um reflexo de divergência.
E o desemprego cai. O que sendo uma boa notícia esconde um pequeno grande problema:
O emprego aumenta 1,4% no II Trimestre deste ano face a igual trimestre do ano passado.
O PIB aumenta 0,9% no II Trimestre deste ano face a igual trimestre do ano passado (ou menos por causa dos dias úteis).
=» O PIB por trabalhador caiu.
3 comentários:
Ora aí está...
Eu nem daria muita importância a um trimestre só, mas se pensarmos nos tais 130 mil novos empregos (ou +- 90 desasonalizados), eles significam um grande aumento na população activa empregada em 3 anos, à volta de 2%. E o PIB pouco mais subiu nos 3 anos.
É verdade que há alguma ambiguidade dos números, mas eu prefiro salientar que em termos homólogos (um indicador mais fiável do que o trimestral) Portugal continua a divergir da Europa. Logo, a conversa de que Portugal está a resistir e é maravilhoso e etc. parece-me destituída de fundamento.
Portugal já estava a divergir.. e a divergência agora até está bem menor. De modo que neste ponto até acho que Portugal está a aguentar (se bem, que o INE hoje já volta a por isso em dúvida).
O que acho fundamental é o facto de a produtividade estar estagnada. E este é, para mim, o principal desafio, e ele não está a ser vencido.
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