Na RTP na quinta-feira passada e esta manhã na Antena 1
Do passado aprendemos que cada vez que há uma crise, as carreiras dos professores são congeladas - entre 2003 e 2005 como reflexo da crise de 2003 e de 2011 a 2017 por causa desta última Grande Depressão.
O rendimento dos professores segue assim o ciclo económico.
Se não queremos andar no "congela/ descongela" é preciso enfrentar o problema. O que significa aceitar que o Estado não tem dinheiro para pagar o actual regime de carreiras - será melhor também para os professores que exista uma lei que se cumpra.
Como consequência será necessário fazer aquilo que não se quer fazer: uma reforma das carreiras aproximando-a dos outros funcionários públicos ainda que levando em conta que um professor anda muito tempo pelo país até estabilizar numa escola - o que justifica que possa ter alguma diferenciação.
O Presidente da República sem falar no assunto referiu-se ao tema numa frase que se aplica aos professores mas também a outras frentes da nossa vida económica e financeira. Eis o que disse retirado do Público:
“A crise deixou marcas profundas, é uma ilusão achar que é possível voltar ao ponto em que nos encontrávamos antes da crise – isso não há!”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. E não há só uma ilusão, mas duas, acrescentou: “A segunda ilusão é achar que se pode olhar para os tempos pós-crise da mesma forma que se olhava antes [para os problemas], como se não tivesse havido crise. A crise deixou traços profundos e temos de olhar para eles”.
(...)
“A sociedade tem de ter a coragem de assumir os seus problemas. Mas há muito a tendência portuguesa para o ‘mais ou menos’, o ‘assim-assim’, ou a tendência de ‘ganhar um tempinho’. É quando alguém pensa: ‘Bem, consegui ganhar um tempinho. Com sorte isto não dá errado’”.
Para quem queira ver as diferenças entre a carreira dos professores e a dos restantes funcionários públicos (excluindo as áreas de segurança e defesa) pode ler Prova dos 9: Trabalhadores do Estado levam mesmo 120 anos a chegar ao topo da carreira?
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