O Ministério das Finanças pronuncia-se sobre os dados de evolução do PIB divulgados pelo INE nestes termos:
"A economia portuguesa cresceu 0,8 por cento face ao segundo trimestre de 2015. Uma evolução inferior à que está subjacente ao Orçamento do Estado de 2016. A economia está assim a levar mais tempo a acelerar o ritmo de crescimento".
Pensei que finalmente se ia reconhecer que a economia está a travar e é preciso reorientar a política económica (em tempos de incerteza e restrição financeira desculpem lá mas continuo convencida que a ferramenta de actuação mais importante é a conquista da confiança de quem investe).
Mas a seguir leio:
"Contudo, nos próximos meses, o crescimento económico deverá ser sustentado nos sinais de franca recuperação do mercado de trabalho".
Os números do emprego relativos ao primeiro trimestre foram de facto muito positivos como se pode ver aqui e ler o que escrevi sobre isso aqui. Mas são do segundo trimestre de 2016 e reflectem o passado, não antecipam o futuro.
Todos os estudos em todos os países provam que o mercado de trabalho reage com atraso em relação à recuperação da economia. Em Portugal as estimativas são de seis a nove meses. É aliás por causa disso que os cidadãos em geral não compreendem que os economistas falem em retoma muito antes de eles a sentirem no emprego, seu ou dos seus amigos e familiares. É aliás por causa disso que, partidos que estão no poder, quando a economia já está a sair da crise, perdem eleições.
O emprego sempre foi um indicador "atrasado" da recuperação económica e nunca um indicador "avançado".
Penso que percebo a teoria subjacente a este comunicado: mais emprego vai gerar mais consumo e com isso o PIB vai subir.
É outra linha da teoria: recuperação dos salários da função pública e redução do IRS vão aumentar o poder de compra e por sua vez o consumo e por sua vez o PIB. O que não aconteceu. Não tendo efeitos pelo preço (subida do poder de compra), espera-se agora que tenha efeito pela quantidade (subida do número de postos de trabalho).
Não conheço nenhuma investigação que prove que o emprego é um indicador avançado do crescimento económico tendo por base este ou outro raciocínio.
"A economia portuguesa cresceu 0,8 por cento face ao segundo trimestre de 2015. Uma evolução inferior à que está subjacente ao Orçamento do Estado de 2016. A economia está assim a levar mais tempo a acelerar o ritmo de crescimento".
Pensei que finalmente se ia reconhecer que a economia está a travar e é preciso reorientar a política económica (em tempos de incerteza e restrição financeira desculpem lá mas continuo convencida que a ferramenta de actuação mais importante é a conquista da confiança de quem investe).
Mas a seguir leio:
"Contudo, nos próximos meses, o crescimento económico deverá ser sustentado nos sinais de franca recuperação do mercado de trabalho".
Os números do emprego relativos ao primeiro trimestre foram de facto muito positivos como se pode ver aqui e ler o que escrevi sobre isso aqui. Mas são do segundo trimestre de 2016 e reflectem o passado, não antecipam o futuro.
Todos os estudos em todos os países provam que o mercado de trabalho reage com atraso em relação à recuperação da economia. Em Portugal as estimativas são de seis a nove meses. É aliás por causa disso que os cidadãos em geral não compreendem que os economistas falem em retoma muito antes de eles a sentirem no emprego, seu ou dos seus amigos e familiares. É aliás por causa disso que, partidos que estão no poder, quando a economia já está a sair da crise, perdem eleições.
O emprego sempre foi um indicador "atrasado" da recuperação económica e nunca um indicador "avançado".
Penso que percebo a teoria subjacente a este comunicado: mais emprego vai gerar mais consumo e com isso o PIB vai subir.
É outra linha da teoria: recuperação dos salários da função pública e redução do IRS vão aumentar o poder de compra e por sua vez o consumo e por sua vez o PIB. O que não aconteceu. Não tendo efeitos pelo preço (subida do poder de compra), espera-se agora que tenha efeito pela quantidade (subida do número de postos de trabalho).
Não conheço nenhuma investigação que prove que o emprego é um indicador avançado do crescimento económico tendo por base este ou outro raciocínio.
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