O BCE apanhou toda a agente de surpresa ao anunciar uma subida da taxa de juro já em Abril.
No Negócios (edição impressa) recorda-se o erro que cometeu em Junho de 2008, quando anunciou a subida das taxas - que concretizou -, sendo depois obrigado a descê-las com grande rapidez após a falência da Lehman Brother's. O editorial é exactamente sobre esse tema.
Uma das principais razões para esta inesperada antecipação do BCE - com efeitos muito negativos para Portugal - é política de politics e não de policy: pressionar os líderes europeus do euro, que se vão reunir na sexta-feira dia 11 de Março, a assumirem a resolução do problema de liquidez e até de solvência de bancos - como os irlandeses - e dos países.
Vale a pena ler Wolfgang Munchau que sistematiza as razões de policy e as razões de politics - também elas relacionadas com a política monetária.
O BCE não pode continuar a manter a soro alguns países - entre eles Portugal - e alguns bancos - os irlandeses.
No Negócios (edição impressa) recorda-se o erro que cometeu em Junho de 2008, quando anunciou a subida das taxas - que concretizou -, sendo depois obrigado a descê-las com grande rapidez após a falência da Lehman Brother's. O editorial é exactamente sobre esse tema.
Uma das principais razões para esta inesperada antecipação do BCE - com efeitos muito negativos para Portugal - é política de politics e não de policy: pressionar os líderes europeus do euro, que se vão reunir na sexta-feira dia 11 de Março, a assumirem a resolução do problema de liquidez e até de solvência de bancos - como os irlandeses - e dos países.
Vale a pena ler Wolfgang Munchau que sistematiza as razões de policy e as razões de politics - também elas relacionadas com a política monetária.
O BCE não pode continuar a manter a soro alguns países - entre eles Portugal - e alguns bancos - os irlandeses.
1 comentário:
1
Faz bem em distinguir a POLÍTICA que descreve como “politics” da outra que descreve como “policy”. Poderia muito bem referir-se à primeira como “política” e à segunda acepção como “economia política”. Porque a primeira tem a sua origem na “politike” de Aristóteles enquanto a segunda diz mais respeito àquela mistura que ficámos a dever a Frederico Guilherme e que juntou pela primeira vez a “oekonomische” com a “polizei”. (Os Franceses têm a mania de nos impingir a ideia que foi Montchrétien o autor desta expressão num livro onde ela só aparece impressa na capa.)
Poderia por isso ter dito que queria distinguir a questão de ordem “política” da de ordem “policial”...
2
A subida anunciada da taxa de refinanciamento pode ser vista como uma questão de economia política. É no fundo uma continuação da saga iniciada em 1951 nos EUA com o Treasury Accord quando pela primeira vez na História, o “Príncipe” aceitou deixar de ir à caixa das bolachas da Fazenda Pública procurar o pagamento para guerras, dotes e luxos.
Mas ainda não está definitivamente aceite na Europa o conceito de que uma politica monetária independente é melhor do que uma dependente das... Finanças. E o Senhor Trichet não perde uma ocasião para defendê-la.
Mas eu vejo mais a subida anunciada da taxa de refinanciamento como uma questão de política económica quase pura (se é que isso existe...). Como ainda não está devidamente antecipado o impacto negativo que vai ser sério da incerteza no mercado do petróleo em bruto, o BCE procura desde já criar algum “espaço monetário”. Para poder mais tarde ter “espaço” (acima do zero) para fazer descer outra vez.
O único problema com este ponto de vista é que mais uma vez não vejo ninguém a olhar para ele.
Muito obrigado.
F
Enviar um comentário