terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
O Estado em Janeiro - o monstro
A despesas e receitas do sector público em Janeiro são uma surpresa desagradável. Contrariamente à expectativa criada com as notícias que o Governo foi dando desde sábado, os números estão longe de convencerem que a situação financeira está sob controlo. O monstro parece ter vida própria.
Eis uma síntese dos valores que se podem ler no relatório de execução orçamental:
Estado
»A receita aumentou 14,4%
» A despesa cresceu 0,9% - as despesas com pessoal subiram 4,9% apesar dos cortes salariais, evolução que é justificada por mudanças no universo de comparação com 2010.
Serviços e Fundos Autónomos
» Despesa aumentou aumentou 6,4% com contributo determinante da despesa corrente que subiu 5,1%.
» Organismos como a Assembleia da República e a Autoridade da Concorrência não deram às Finanças informação sobre as suas contas em Janeiro (ao todo são 16) - o que significa que os valores estão incompletos.
Segurança Social
»A receita aumentou 0,7%
» A despesa subiu 4,1% (pensões com mais 2,6%; outras prestações sociais caíram 1,6% e um inexplicável aumento de 48,1% nas "outras despesas correntes").
Nota final: o processo de divulgação das contas públicas revela que o Governo parece considerar que consegue evitar que se olhem para os números depois de feitas declarações sobre eles. A situação é demasiado séria para se conseguir convencer seja quem for com estratégias de comunicação.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Vale a pena ler
A dificuldade da matemática e Parcerias público-privadas de João Pinto e Castro
O que devem fazer os jornais de Paulo Querido que vai buscar Alan Mutter. Não concordo totalmente com Mutter: é preciso conciliar quantidade com qualidade e profundidade.
Pois. Nada fácil.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Tudo dito sobre Portugal, numa frase
Pedro Soares dos Santos, que lidera a JM Foto hipersuper.pt |
"O consumidor polaco é mais racional do que o português. Além disso, na Polónia a justiça funciona - é muito raro um processo arrastar-se nos tribunais por mais de dois anos - e as leis fiscais são previsíveis"
Pedro Soares dos Santos, filho de Alexandre Soares dos Santos e agora administrador delegado da Jerónimo Martins em entrevista ao Expresso, resposta à pergunta: "Quais são as grandes diferenças entre Portugal e a Polónia?
Uma síntese notável sobre os mais graves problemas que enfrentamos.
E que nos faz luz sobre a irritação revelada por Alexandre Soares dos Santos na apresentação de resultados. Ao ponto de responder a uma pergunta, que usou a metáfora truques para questionar as razões de sucesso da Jerónimo Martins, dizendo que truques é com o Sócrates, na Jerónimo trabalha-se.
Aqui a notícia e o vídeo das declarações de Alexandre Soares dos Santos
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Os juros que preocupam
Fonte: WSJ |
- À subida das taxas de juro somou-se o achatamento da curva nos prazo mais longos - a diferença entre a taxa a dez anos e a cinco anos estreitou-se. Dizem as estrelas destes gráficos que antes de a Grécia ter pedido ajuda a sua "yield curve" também registou este movimento;
- BCE teve de comprar títulos de dívida pública portuguesa na sexta-feira. E o FT afirma que o BCE não deixará que a diferença entre as "yelds" portuguesas a dez anos e as alemãs ultrapassem os 4,5 pontos percentuais. Na sexta-feira chegaram aos 4,38 pontos.
- Da Alemanha chegaram afirmações no sentido de Portugal pedir ajuda.
Se não se fizerem progressos na cimeira extraordinária do euro dia 11 de Março que apontem claramente para um decisão no Conselho de finais de Março, dificilmente Portugal conseguirá resistir às pressões para pedir ajuda. Mesmo com bons resultados na frente orçamental.
Subscrever:
Mensagens (Atom)