domingo, 14 de novembro de 2010

Ajuda à Irlanda, o erro

A Irlanda está a ser pressionada aparentemente pela Alemanha para pedir ajuda ao Fundo financeiro europeu e ao FMI, apesar de só precisar de se financiar no mercado no próximo ano.

A Europa o FMI estão divididos sobre as vantagens deste pedido de ajuda.
Uns pensam que acalmará os mercados financeiros, outros, pelo contrário, receiam que a intervenção na Irlanda coloque Portugal na linha da queda, seguindo-se depois a Espanha... E para a Espanha não haverá recursos suficientes no fundo criado em Maio para a Grécia.

Outra razão para a pressão sobre a Irlanda está directamente ligada a Berlim: o governo alemão considera que se a Irlanda for intervencionada fica com as mãos mais livres para continuar a  falar sobre o castigo aos investidores que será consagrado no novo mecanismo de ajuda financeira aos países em dificuldades a ser discutido na reunião dos ministros das Finanças na próxima semana.

Angela Merkel está a ser acusada pela Irlanda, como já foi criticada pelo BCE e pela Espanha, de ter gerado a tempestade financeira que se viveu no mercado de dívida pública desde há quinze dias, quando na Cimeira Europeia se lançou o tema do fundo permanente com castigo a investidores privados.

Em Seul, na Cimeira dos G20, Merkel acabou por reconhecer que estava a falar para o seu eleitorado e pediu aos mercados que compreendessem os políticos. 

A intervenção na Irlanda pode ser uma gravíssimo erro. Para a Irlanda, para Portugal e para o euro.
A Alemanha está a actuar demasiado concentrada em si própria e não pode ser responsabilizada por isso. O euro expõe neste drama as contradições de políticas centralizadas e eleições nacionais.

Aqui a informação mais recente:
Ireland Urged to Take Aid by Officials Amid Debt Crisis

Europa pressiona Irlanda a pedir ajuda no Negócios

Government campaigns to avoid EU financial bailout no Irish Times

Ireland 'can manage own affairs', Srauss-Khan, FMI no Irish Times

Vale ainda pena ler
Is Ireland’s number up? de Mary Regan, no Irish Examiner via The Irish Economy

Sem comentários: