segunda-feira, 31 de agosto de 2020

PIB trimestral de 2020 regressa a 1999

 

Produzimos praticamente tanto no II trimestre de 2020 como no I trimestre de 1999, são duas décadas que temos agora que recuperar. Um reflexo do confinamento.

Principais dados do II trimestre de 2020, divulgados pelo INE:

- PIB diminuiu 16,3% yoy e 13,9% em relação ao I trimestre (em termos reais).

- A quebra do PIB foi determinada em mais de 70% pela procura interna: Procura interna com um contributo de 11,9pp e a procura externa líquida de 4,4pp

- A procura interna (yoy) reduziu-se em 12%, as exportações diminuíram 39,5% e as importações 16,3%.

- Na procura interna as reduções foram: Consumo privado com quebra de 14,5%; Consumo Público com menos 3,4% e Investimento com menos 10,8%.

- No consumo privado regista-se uma redução de 27,6% nos bens duradouros – fundamentalmente por via da aquisição de automóveis – e de 13,6% nos bens não duradouros e serviços, embora o consumo de bens alimentares tenha aumentado 4,7%.

- No Investimento, apenas a construção regista um aumento de 7,5%. A aquisição de equipamento de transporte reduziu-se em 69,9%.

O que se pode já ler nos jornais:

Consumo privado dita grande parte da queda histórica do PIB, no Eco

INE confirma recessão histórica de 16,3% com colapso do consumo, no Negócios

INE confirma queda de 16,3% do PIB no segundo trimestre, no Público

Quebra do consumo privado contribui para recessão de 16,3% no segundo trimestre, no Observador


Mais de 170 mil postos de trabalho destruídos

Começam a ver-se nas estatísticas do emprego os primeiros efeitos da crise pandémica especialmente do confinamento:

Mercado de Trabalho Junho/Julho

Destruídos 171,7 mil postos de trabalho entre Julho de 19 e 20

Dados provisórios de Julho:

População empregada: -3.5% yoy

Taxa de desemprego: 8,1% da população activa, +1,6pp yoy

Taxa de subutilização: 15,7% e +2,8pp yoy

Dados finais Junho:

População empregada: -3,4% yoy

Taxa de desemprego: 7,3% ou +0,7pp yoy

Taxa de subutilização: 15,5% ou +2,5pp yoy

Não esquecer que as regras de deifinição de desempregado, na linha da Organização INternacional do Trabalho, impede que se veja na totalidade os efeitos da crise pandémica no desemprego, como tem sublinhado o INE.