quarta-feira, 28 de junho de 2017
segunda-feira, 12 de junho de 2017
Nuno Garoupa
Uma conversa de quase hora e meia. Foto de @Paula Nunes |
1. A conversa começou pela Justiça, uma das suas áreas de estudo e investigação. Falou-se sobre a organização da Justiça em Portugal, os desafios (perigosos para o regime, digo eu) que enfrenta, com os casos que te em mãos e caso acabem em arquivamentos ou "perdidos pelos tribunais", o espaço que existe ara um partido justicialista e as razões pelas quais a classe política está refém do sistema e incapaz de fazer uma reforma e
O título desta parte é " Caso Sócrates é inaceitável e não é normal" .
2. A segunda parte da entrevista foi sobre regulação e supervisão: "É inaceitável que o Banco de Portugal continue a fazer 'outsourcing' de auditorias e legislação" . Falamos sobre a independência dos reguladores (ou a falta dela); as razões que explicam essa falta de independência - uma filosofia pombalista, dirigista com mais de dois séculos -; os problemas que isso tem criado ao noss desenvolvimento e a análise que Nuno Garoupa faz à proposta de mudança do modelo de regulação e supervisão da banca - na sua perspectiva, uma mudança que comporta riscos de governamentalização.
3. Na sequência do tema da supervisão bancária falámos sobre o caso Montepio: "Santa Casa no Montepio? É um disparate"
4. A conversa desenrolou-se para o papel dos jornalistas nesta crise bancária. Nuno Garoupa defende que "Os jornalistas devia fazre uma reflexão sobre o caso da banca". Porque não detectámos nós jornalistas o que se passava? A essa pergunta deixa hipóteses como falta de informação ou captura. E considera que o debate contribuíria para credibilizar o jornalsmo.
5. Nesta parte falamos da conjuntura económica e política nacional. "Não partilho o optimismo que reina no país", diz Nuno Garoupa
6. Na última parte a entrevista foi sobre os Estados Unidos e a observação que tem do país a partir do estrangeiro. E confesso que me surpreendeu. O que mais chocou Nuno Garoupa no regresso de três anos a Portugal foi o atraso na igualdade de género.
7. Sobre os Estados Unidos falámos ainda do caso das aulas de Manuel Pinho na Universidade de Columbia. E ficamos a saber que se os protagonistas fossem norte-americanos um caso destes era impossível - um regulador pagar para uma personalidade que o regulou dar aulas
8. Para conhecer as preferências de Nuno Garoupa, um leitor de biografias e admirador do bisavô terminei com estas perguntas que faço a todos os entrevistados
Um perfil de Nuno Garoupa pode ser lido aqui, um economista que está no "top 5" dos economistas portugueses.
Uma entrevista que enriquece quem a faz e quem a lê, que contribui para percebermos melhor o que se passa em Portugal e compreendermos as escolhas que indirectamente fazemos quando, por exemplo, clamamos por mais legislação ou apoiamos algumas intervenções do Estado. É isso que queremos? Até pode ser. O desafio da entrevista é que nos coloca perante essas escolhas. Permite-nos que nos perguntemos: é isso que de facto quero, racionalmente?
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