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segunda-feira, 22 de junho de 2015
sábado, 23 de março de 2013
Leituras sobre Chipre
The Cyprus bail-in - A bungled bank raid - no The Economist
Capital controls in Cyprus: The end of Target 2 de Guntram B. Wolff no Bruegel
Cyprus: The operation was a success. Shame the patient died. em Some of it was true...
E ainda
"Lex Cyprus" will set precedents for closer EU union, uma análise da Reuters
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Um dia histórico para a Irlanda (e para Portugal?)
A Irlanda conseguiu converter uma dívida detida pelo seu banco central no montante de 25 mil milhões de euros com uma maturidade média de 8 anos e um custo anual de 3,1 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro com uma maturidade média de 34 anos e um custo anual em juros de 2 mil milhões de euros. O acordo de reestruturação foi hoje anunciado pelo primeiro-ministro irlandês depois de uma maratona na quarta-feira para obter o acordo com o BCE e que acabou com a liquidação do Anglo Irish Bank.
Os principais pontos do acordo, num resumo a partir de documentos oficiais elaborado originalmente pela Reuters.
Os efeitos orçamentais e na dívida assim como a explicação de todo o processo no Department of Finance
A Irlanda já teve a sua reestruturação em linha com os compromissos assumidos de tratamento igual quando se fez a última reestruturação para a Grécia.
Aguarda-se agora o dia histórico de Portugal.
Os principais pontos do acordo, num resumo a partir de documentos oficiais elaborado originalmente pela Reuters.
Os efeitos orçamentais e na dívida assim como a explicação de todo o processo no Department of Finance
A Irlanda já teve a sua reestruturação em linha com os compromissos assumidos de tratamento igual quando se fez a última reestruturação para a Grécia.
Aguarda-se agora o dia histórico de Portugal.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
O Chipre (não) desvalorizado
A semana que passou, a penúltima de Janeiro, foi de festa em Portugal e contagiou o euro.
Mas eis que se esqueceram do Chipre e a semana começa com aquele que pode ser a nova vaga da crise no euro:
» Fitch corta rating do Chipre
» Draghi e Schäuble em contronto no Ecofin por causa do Chipre, uma história contada pelo Der Spiegel
» Claro que os juros da dívida pública já se coemçam a ressentir.
Mas eis que se esqueceram do Chipre e a semana começa com aquele que pode ser a nova vaga da crise no euro:
» Fitch corta rating do Chipre
» Draghi e Schäuble em contronto no Ecofin por causa do Chipre, uma história contada pelo Der Spiegel
» Claro que os juros da dívida pública já se coemçam a ressentir.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Draghi sobre a crise no euro
Vale a pena ler o que o presidente do BCE escreveu sobre a situação que se vive no euro.
Aqui o artigo da Eva Gaspar sobre o que escreveu Mario Draghi.
E aqui a versão em inglês do artogo publicado no Die Zeit: "The future of the euro: stability through change".
Aqui o artigo da Eva Gaspar sobre o que escreveu Mario Draghi.
E aqui a versão em inglês do artogo publicado no Die Zeit: "The future of the euro: stability through change".
terça-feira, 17 de julho de 2012
A quarta avaliação da troika
Foi dia de divulgação da quarta avaliação da troika ao Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) de Portugal.
Em síntese pode dizer-se que FMI e Comissão Europeia elogiam o ajustamento financeiro, alertam para riscos elevados e abrem a porta a mais tempo (e, obviamente, mais dinheiro).
Fica um também muito interessante alerta sobre as diferenças de velocidades nas reformas do mercado laboral - a legislação do trabalho mais flexibilizada - e dos mercados de produtos e serviços - mudanças muito mais lentas em sectores como a energia e as telecomunicações. ( A velha história de ser forte com os fracos e fraco com os fortes e que a pressão da troika pode ajudar a ultrapassar)
A troika, com especial relevo para o FMI mostra-se igualmente céptica com as medidas adoptadas pelo governo para corrigir as remunerações dos CMEC que pertencem à EDP - como o Negócios tinha noticiado.
Aqui ficam os documentos:
A quarta avaliação feita pelo FMI.
E a quarta avaliação feita pela Comissão Europeia
As notícias sobre os relatórios.
Em síntese pode dizer-se que FMI e Comissão Europeia elogiam o ajustamento financeiro, alertam para riscos elevados e abrem a porta a mais tempo (e, obviamente, mais dinheiro).
Fica um também muito interessante alerta sobre as diferenças de velocidades nas reformas do mercado laboral - a legislação do trabalho mais flexibilizada - e dos mercados de produtos e serviços - mudanças muito mais lentas em sectores como a energia e as telecomunicações. ( A velha história de ser forte com os fracos e fraco com os fortes e que a pressão da troika pode ajudar a ultrapassar)
A troika, com especial relevo para o FMI mostra-se igualmente céptica com as medidas adoptadas pelo governo para corrigir as remunerações dos CMEC que pertencem à EDP - como o Negócios tinha noticiado.
Aqui ficam os documentos:
A quarta avaliação feita pelo FMI.
E a quarta avaliação feita pela Comissão Europeia
As notícias sobre os relatórios.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
O euro, a Alemanha e os barcos
O debate sobre as responsabilidades na dinamização da economia mundial.
A reação do Handelsblatt à capa da Economist que por sua vez reagiu assim
A reação do Handelsblatt à capa da Economist que por sua vez reagiu assim
segunda-feira, 11 de junho de 2012
A Espanha por aí
Vale a pena ler:
O New York Times já olha para a Itália
No Naked Capitalism, algumas dicas sobre as razões que levam os governos a adiar a reestruturação dos bancos: Finland Trying to Dictate Terms of Spanish Bank Bailout: “No Funds to Bad Banks”
No The Economist "(...) There is no "solution" to the debt crisis that is pain-free; we are merely arguing about how the pain is distributed. Who ends up with the Old Maid?"
No The Telegraph: Spain Blinks - It would be unkind to say that Spain has capitulated, but that is almost certainly what has happened.
O New York Times já olha para a Itália
No Naked Capitalism, algumas dicas sobre as razões que levam os governos a adiar a reestruturação dos bancos: Finland Trying to Dictate Terms of Spanish Bank Bailout: “No Funds to Bad Banks”
No The Economist "(...) There is no "solution" to the debt crisis that is pain-free; we are merely arguing about how the pain is distributed. Who ends up with the Old Maid?"
No The Telegraph: Spain Blinks - It would be unkind to say that Spain has capitulated, but that is almost certainly what has happened.
BCP, a primeira ajuda pública
O BCP vai receber três mil milhões de euros sob a forma de empréstimo público e planeia começar a devolver o empréstimo público a partir de 2014.
Além dos 3 mil milhões de euros a realizar com instrumentos híbridos, está consagrado um aumento de capital de 500 milhões de euros destinada a accionistas mas que o Estado tomará firne a 4 cêntimos por acção e a realizar durante o segundo semestre de 2012
Informação em estado bruto: O plano de recapitalização do Millennium bcp
(actualizado às 16:00)
Além dos 3 mil milhões de euros a realizar com instrumentos híbridos, está consagrado um aumento de capital de 500 milhões de euros destinada a accionistas mas que o Estado tomará firne a 4 cêntimos por acção e a realizar durante o segundo semestre de 2012
Informação em estado bruto: O plano de recapitalização do Millennium bcp
(actualizado às 16:00)
domingo, 10 de junho de 2012
E a seguir ao S de GIPSI é...?
Os líderes europeus parecem fazer questões de respeitar as premonições dos ditos mercados.
A Espanha, por mais que diga que não Mariano Rajoy, caiu nas garras do resgate.
Um modelo um pouco mais desenvolvido - um empréstimo só para a banca que ninguém sabe nem garante que fique por aí, uma vez que ninguém sabe se a decisão de pedir apoio financeiro vai reabrir os mercados financeiros que estavam quase a fechar-se para Espanha.
Mas claro que o modelo de apoio - um empréstimo que pode chegar aos cem mil milhões de euros - vai envolver condições políticas adicionais a Espanha. Nem fazia sentido que fosse de outra forma. As políticas podem não ser as mesmas - até porque muitas delas já estão consagradas nos objectivos para o défice público - mas alguma condicionalidade terá de ser aplicada.
A alternativa á ausência de nova condicionalidade é a revisão dos programas aplicados à Grécia, Irlanda e Portugal. O que não parece, ainda, politicamente viável.
Quanto mais tempo passa mais claro se torna que a Europa teve um problema com a sua banca que não quis resolver nem assumir como o fizeram o Reino Unido e os Estados Unidos. Mesmo Portugal.
E ainda não é desta vez que a Zona Euro consegue resolver de vez o problema em que se enredou. Para já só comprou tempo até ao próximo domingo, o dia das eleições gregas.
Notas finais:
A declaração do Eurogrupo sobre Espanha onde se explicita a condicionalidade e se afirma que será o Estado espanhol que assumirá a responsabilidade pelo pagamento do empréstimo - ou seja, os contribuintes espanhóis.
Para quem se quiser debruçar sobre a situação do sistema financeiro espanhol pode ler o relatório publicado pelo FMI
A Espanha, por mais que diga que não Mariano Rajoy, caiu nas garras do resgate.
Um modelo um pouco mais desenvolvido - um empréstimo só para a banca que ninguém sabe nem garante que fique por aí, uma vez que ninguém sabe se a decisão de pedir apoio financeiro vai reabrir os mercados financeiros que estavam quase a fechar-se para Espanha.
Mas claro que o modelo de apoio - um empréstimo que pode chegar aos cem mil milhões de euros - vai envolver condições políticas adicionais a Espanha. Nem fazia sentido que fosse de outra forma. As políticas podem não ser as mesmas - até porque muitas delas já estão consagradas nos objectivos para o défice público - mas alguma condicionalidade terá de ser aplicada.
A alternativa á ausência de nova condicionalidade é a revisão dos programas aplicados à Grécia, Irlanda e Portugal. O que não parece, ainda, politicamente viável.
Quanto mais tempo passa mais claro se torna que a Europa teve um problema com a sua banca que não quis resolver nem assumir como o fizeram o Reino Unido e os Estados Unidos. Mesmo Portugal.
E ainda não é desta vez que a Zona Euro consegue resolver de vez o problema em que se enredou. Para já só comprou tempo até ao próximo domingo, o dia das eleições gregas.
Notas finais:
A declaração do Eurogrupo sobre Espanha onde se explicita a condicionalidade e se afirma que será o Estado espanhol que assumirá a responsabilidade pelo pagamento do empréstimo - ou seja, os contribuintes espanhóis.
Para quem se quiser debruçar sobre a situação do sistema financeiro espanhol pode ler o relatório publicado pelo FMI
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Ai a Grécia, Ai o euro
Foi o título do escrevi hoje no editorial do Negócios. Especialmente dedicado ao dia da Europa, que hoje se comemora, num tributo ao dia 9 de Maio de 1950, quando o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Robert Schuman, anunciou as bases da criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA)
Por isso mesmo estou completamente de acordo com o que afirma o presidente do Parlamento Europeu quando diz que o euro, que deveria unir os Estados-membros, corre o risco de se tornar o "símbolo de egoísmos nacionais" e até de divisão. (Não é, aliás, a primeira vez que subscrevo as preocupações de Martin Schulz: por ex: quando alertou para a necessidade de cooperação dando com exemplo a necessidade de Portugal vender activos a Angola)
O problema da Grécia, como o da Irlanda, Portugal, Espanha, Itália...não será resolvido enquanto não se perceber que não estamos perante o problema de um país mas sim perante uma crise financeira que está a afectar a Zona Euro assim como os Estados Unidos.
Passámos de um regime - até 2007/2008 - de forte incentivo ao endividamento/alavancagem aproveitado pelos países com défices externos - como os EUA - ou escassez crónica de capital - como Portugal -, para um regime de escassez de capital ditado pelo emagrecimento dos balanços do sistema financeiro o que, por sua vez, foi determinado pelo regime de facilitismo na concessão de crédito.
Nos Estados Unidos já se compreendeu qual é o problema. Na Zona Euro insiste-se em equacionar mal a questão atribuindo a atitudes e comportamentos nacionais uma crise que está relacionado com o ambiente e os incentivos que foram dados aos agentes económicos a partir dos anos 90. E que na Zona Euro foram ainda exacerbados pela ilusão de que, em União Monetária, não existiam problemas de financiamento externo. (Houve quem defendesse, nesses primeiros tempos do euro, no BCE, que se acabassem com as estatísticas das contas externas, tal era a convicção de que isso já pouco importava).
Por isso mesmo estou completamente de acordo com o que afirma o presidente do Parlamento Europeu quando diz que o euro, que deveria unir os Estados-membros, corre o risco de se tornar o "símbolo de egoísmos nacionais" e até de divisão. (Não é, aliás, a primeira vez que subscrevo as preocupações de Martin Schulz: por ex: quando alertou para a necessidade de cooperação dando com exemplo a necessidade de Portugal vender activos a Angola)
O problema da Grécia, como o da Irlanda, Portugal, Espanha, Itália...não será resolvido enquanto não se perceber que não estamos perante o problema de um país mas sim perante uma crise financeira que está a afectar a Zona Euro assim como os Estados Unidos.
Passámos de um regime - até 2007/2008 - de forte incentivo ao endividamento/alavancagem aproveitado pelos países com défices externos - como os EUA - ou escassez crónica de capital - como Portugal -, para um regime de escassez de capital ditado pelo emagrecimento dos balanços do sistema financeiro o que, por sua vez, foi determinado pelo regime de facilitismo na concessão de crédito.
Nos Estados Unidos já se compreendeu qual é o problema. Na Zona Euro insiste-se em equacionar mal a questão atribuindo a atitudes e comportamentos nacionais uma crise que está relacionado com o ambiente e os incentivos que foram dados aos agentes económicos a partir dos anos 90. E que na Zona Euro foram ainda exacerbados pela ilusão de que, em União Monetária, não existiam problemas de financiamento externo. (Houve quem defendesse, nesses primeiros tempos do euro, no BCE, que se acabassem com as estatísticas das contas externas, tal era a convicção de que isso já pouco importava).
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
A Grécia dos credores
Mais uma daquelas maratonas do Eurogrupo com 13 horas de reunião - começou ontem, terminou hoje de madrugada.
O que surge neste momento como relevante no acordo financeiro:
» a Grécia vai obter mais um empréstimo de 130 mil milhões de euros - soma-se aos 110 mil milhões já concedidos;
» os bancos vão "perder" 53,5% do valor da dívida grega em carteira;
» o Eurosistema vai vender os títulos de dívida grega que tem em carteira e distribuir as mais-valias pelos bancos centrais nacionais que reverterão pelo menos parte desse valor para a Grécia.
E o que me parece relevante para pensar na Europa em que estamos:
» a Grécia terá de consagrar no seu quadro legal que os credores têm prioridade sobre o financiamento dos serviços públicos;
» a equipa da troika que está em Bruxelas será reforçada e acompanhará a concretização do plano.
Claro que se mantêm as dúvidas sobre a eficácia deste plano. A curto prazo é certo que a economia grega se vai afundar ainda mais. A longo prazo, dizem os exercícios de projecção que fundamentam o plano financeiro, a dívida pública da Grécia deverá cair dos actuais 160% do PIB para cerca de 120% a dez anos.
O comunicado do Eurogrupo.
As notícias pela BBC e Negócios.
Aos poucos vamos percebendo que aquilo que nos Estados Unidos e no Reino Unido foi feito de uma vez - os bancos sofreram as perdas que tinham de sofrer - na Europa andamos a transferir os erros dos bancos para os cidadãos.
Volto a citar o que um dia destes disse o director da Faculdade de Economia da UNL,Ferreira Machado: Por aqui, na Europa, culpam-se os devedores pela crise, nos Estados Unidos culparam-se os credores.
A dificuldade está em ser racional. Não culpar mas sim resolver o problema.
O que surge neste momento como relevante no acordo financeiro:
» a Grécia vai obter mais um empréstimo de 130 mil milhões de euros - soma-se aos 110 mil milhões já concedidos;
» os bancos vão "perder" 53,5% do valor da dívida grega em carteira;
» o Eurosistema vai vender os títulos de dívida grega que tem em carteira e distribuir as mais-valias pelos bancos centrais nacionais que reverterão pelo menos parte desse valor para a Grécia.
E o que me parece relevante para pensar na Europa em que estamos:
» a Grécia terá de consagrar no seu quadro legal que os credores têm prioridade sobre o financiamento dos serviços públicos;
» a equipa da troika que está em Bruxelas será reforçada e acompanhará a concretização do plano.
Claro que se mantêm as dúvidas sobre a eficácia deste plano. A curto prazo é certo que a economia grega se vai afundar ainda mais. A longo prazo, dizem os exercícios de projecção que fundamentam o plano financeiro, a dívida pública da Grécia deverá cair dos actuais 160% do PIB para cerca de 120% a dez anos.
O comunicado do Eurogrupo.
As notícias pela BBC e Negócios.
Aos poucos vamos percebendo que aquilo que nos Estados Unidos e no Reino Unido foi feito de uma vez - os bancos sofreram as perdas que tinham de sofrer - na Europa andamos a transferir os erros dos bancos para os cidadãos.
Volto a citar o que um dia destes disse o director da Faculdade de Economia da UNL,Ferreira Machado: Por aqui, na Europa, culpam-se os devedores pela crise, nos Estados Unidos culparam-se os credores.
A dificuldade está em ser racional. Não culpar mas sim resolver o problema.
Capitalismo, crise no euro e Marx
Depois de ter lido isto no FT que a Grécia pode precisar de um terceiro empréstimo, fui parar ao debate sobre a crise no capitalismo.
Can Marx save capitalism? , é muito interessante. Com Robin Blackburn da 'New Left Review' e Jason Barker realizador do documentário 'Marx Reloaded':
Can Marx save capitalism? , é muito interessante. Com Robin Blackburn da 'New Left Review' e Jason Barker realizador do documentário 'Marx Reloaded':
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Claro que é preciso investigar os mercados, não só este
Regulador suíço investiga 12 bancos por possível manipulação das taxas Libor
Fica a sugestão: investigar as taxas de juro que são divulgadas como de mercado no mercado secundário de títulos de dívida pública.
Talvez os países que estão sob pressão dos mercados financeiros, como Portugal, Irlanda, Espanha, Itália e, claro, Grécia, queiram saber o que se passa com esse mercado, quais são as taxas de juro que correspondem a transacções efectivas.
No mercado accionista só se apresentam cotações quando há transacções - sabendo-se também quais os preços 'bid' e 'offer'. Que tal impor a mesma regra para o mercado de títulos de dívida pública? Claro que é mais difícil, dada a fragmentação desse mercado. Mas é sempre possível um bocadinho mais de transparência do que a existente actualmente.
Fica a sugestão: investigar as taxas de juro que são divulgadas como de mercado no mercado secundário de títulos de dívida pública.
Talvez os países que estão sob pressão dos mercados financeiros, como Portugal, Irlanda, Espanha, Itália e, claro, Grécia, queiram saber o que se passa com esse mercado, quais são as taxas de juro que correspondem a transacções efectivas.
No mercado accionista só se apresentam cotações quando há transacções - sabendo-se também quais os preços 'bid' e 'offer'. Que tal impor a mesma regra para o mercado de títulos de dívida pública? Claro que é mais difícil, dada a fragmentação desse mercado. Mas é sempre possível um bocadinho mais de transparência do que a existente actualmente.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Um vírus chamado crise do euro
Ou como os economistas e políticos da Zona Euro e do FMI não perceberam em que crise a Europa estava envolvida.
A ver no relatório actualizado do FMI sobre Estabilidade Financeira.
Este gráfico é especialmente interessante por transmitir a imagem da rapidez do contágio.
Em finais de 2011, como sublinha o FMI mais de dois terços dos títulos de dívida soberana da Zona Euro estava com 'spreads' superiores a 200 pontos base nos CDS (Credit Default Swaps). No primeiro trimestre 2010 apenas 5% da dívida soberana - ou seja, apenas a Grécia - estava no intervalo dos 200 a 400 pontos base.
O problema em que está hoje a Grécia é também (ou especialmente) uma questão sobre a incapacidade de diagnosticar a crise que na altura começou.
A ver no relatório actualizado do FMI sobre Estabilidade Financeira.
Este gráfico é especialmente interessante por transmitir a imagem da rapidez do contágio.
Em finais de 2011, como sublinha o FMI mais de dois terços dos títulos de dívida soberana da Zona Euro estava com 'spreads' superiores a 200 pontos base nos CDS (Credit Default Swaps). No primeiro trimestre 2010 apenas 5% da dívida soberana - ou seja, apenas a Grécia - estava no intervalo dos 200 a 400 pontos base.
O problema em que está hoje a Grécia é também (ou especialmente) uma questão sobre a incapacidade de diagnosticar a crise que na altura começou.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
1,2,3, teste ...uma boa notícia
Portugal vai emitir dívida a um ano pela primeira vez desde pedido de ajuda externa
As taxas de juro no mercado secundário de dívida pública a longo prazo têm descido e Portugal faz um pequeno ensaio de regresso aos mercados em maturidades mais longas que o muito curto prazo.
Vamos ver, vamos ver. Se funcionam estas tentativas de evitar contágios de decisões que parecem tomadas.
As taxas de juro no mercado secundário de dívida pública a longo prazo têm descido e Portugal faz um pequeno ensaio de regresso aos mercados em maturidades mais longas que o muito curto prazo.
Vamos ver, vamos ver. Se funcionam estas tentativas de evitar contágios de decisões que parecem tomadas.
sábado, 12 de novembro de 2011
A banca e a suposta fúria de nacionalizar
A propósito das queixas dos bancos à Comissão Europeia sobre a legislação que reforça os mecanismos preventivos da supervisão e os processos de resolução de uma instituição financeira em dificuldades, assim como as criticas à proposta de diploma que vai regulamentar a entrada do Estado no capital dos bancos que não conseguirem outras alternativas de recapitalização vale a pena ler e recordar:
1. A revisão da legislação faz parte dos objectivos que o Estado português tem de cumprir até finais de Novembro e tem de ser feita mediante consulta da Comissão Europeia, do BCE e FMI, conforme se pode ler no documento relativo à primeira avaliação do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro (é um benchmark estrutural) e aqui citado:
"(...) 6 Amend relevant legislation in consultation with the EC, the ECB and the IMF to strengthen the early intervention framework, introduce a regime for restructuring of banks as a going concern under official control and strengthen deposit insurance framework.".
2. Vale a pena ler o que escreveu hoje Ricardo Reis no Expresso (não disponível online para não assinates). Gostaria também de o ter escrito também depois do que escrevi aqui no Negócios.
3. Vale a pena recordar o que se passou, por exemplo no Reino Unido em matéria de intervenção do Estado na banca. Foi criada a UK Financial Investment com o último relatório sobre a matéria aqui. O Royal Bank of Scotland ainda tem como maior accionista o Reino Unido (67% dos direitos de voto) há controvérsias bem recentes sobre o pagamento de bónus. No Lloyds tem 41%. A intervenção foi bastante violenta como se lembram com substituição de gestores - o que não me parece justificar-se em Portugal.
Obviamente que os ingleses não quiseram nacionalizar bancos. Nem em Portugal se quer. Como diz Ricardo Reis no seu artigo, a proposta de lei para a recapitalização dos bancos está aliás desenhada para incentivar os bancos a tirarem o Estado do capital o mais depressa possível.
1. A revisão da legislação faz parte dos objectivos que o Estado português tem de cumprir até finais de Novembro e tem de ser feita mediante consulta da Comissão Europeia, do BCE e FMI, conforme se pode ler no documento relativo à primeira avaliação do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro (é um benchmark estrutural) e aqui citado:
"(...) 6 Amend relevant legislation in consultation with the EC, the ECB and the IMF to strengthen the early intervention framework, introduce a regime for restructuring of banks as a going concern under official control and strengthen deposit insurance framework.".
2. Vale a pena ler o que escreveu hoje Ricardo Reis no Expresso (não disponível online para não assinates). Gostaria também de o ter escrito também depois do que escrevi aqui no Negócios.
3. Vale a pena recordar o que se passou, por exemplo no Reino Unido em matéria de intervenção do Estado na banca. Foi criada a UK Financial Investment com o último relatório sobre a matéria aqui. O Royal Bank of Scotland ainda tem como maior accionista o Reino Unido (67% dos direitos de voto) há controvérsias bem recentes sobre o pagamento de bónus. No Lloyds tem 41%. A intervenção foi bastante violenta como se lembram com substituição de gestores - o que não me parece justificar-se em Portugal.
Obviamente que os ingleses não quiseram nacionalizar bancos. Nem em Portugal se quer. Como diz Ricardo Reis no seu artigo, a proposta de lei para a recapitalização dos bancos está aliás desenhada para incentivar os bancos a tirarem o Estado do capital o mais depressa possível.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
A TSU e o FMI
A posição do FMI sobre a descida da TSU cria riscos adicionais à execução do plano de ajustamento que são necessários.
É isso mesmo que escrevo em A TSU e o FMI.
Vale ainda pena lei o que escreveu já
Miguel Frasquilho: A propósito da descida prevista da TSU
Mais incisivo João Galamba: Admirável mundo novo
É isso mesmo que escrevo em A TSU e o FMI.
Vale ainda pena lei o que escreveu já
Miguel Frasquilho: A propósito da descida prevista da TSU
Mais incisivo João Galamba: Admirável mundo novo
terça-feira, 9 de agosto de 2011
O mapa da dívida, do Economist
Carregar no link para ir ao site.
Um mapa que mostra bem como o o mundo está desequlibrado - os "pobres" poupam e os "ricos" gastam. E Portugal não está entre os mais endividados.
A nova fase da crise do euro - com a Itália a entrar também no olho do furacão - e a redução do rating do EUA - de AAA para AA+ - obriga, espero, os grandes países a enfrentarem a realidade. Já não é só Portugal, Irlanda e Grécia - o menor dos problemas dos países ricos. O mundo virou todo PIG.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
O euro em violento abalo
Os investidores estão em figa dos títulos de dívida pública italianos e espanhóis, as bolsas caíram com especial relevo para a banca - o Stoxx da banca caiu 3,19%, subindo apenas dois (gregos, a ironia) dos 49 bancos que integram o índice. O euro está em queda como também o dólar.
Em Portugal o BCP chegou neste dia a valer menos do que 30 cêntimos por acção e caiu 7,23%. O único banco que subiu foi o BPI - a instituição financeira que estava preparada para estes tempos turbulentos e perigosos. (Para que serviram os testes de stress, nesta versão dois? Mais uma invenção para gerar mais ruído do que informação, mais problemas que soluções, com especial relevo para países como Portugal - ler aqui Com amigos assim...)
Isto é o que s epode ler no FT:
Italian and Spanish borrowing costs hit fresh euro-era records and bank shares dropped on Monday as markets increased the pressure on European leaders ahead of a crucial summit on the eurozone debt crisis.
Italy’s benchmark 10-year bond yields rose above 6 per cent and were up 27 basis points at 6.03 per cent in midday trading. Spanish yields hit 6.35 per cent, their highest level since 1997, ahead of debt auctions on Tuesday and Thursday.
Como já se sabia e tenho escrito até à exaustão, é a políticaSe os líderes europeus - leia-se Angela Merkel - não mudarem de estratégia na abordagem da crise do euro, sem incumprimentos e com uma intervenção musculada do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) nos mercados de dívida pública para os estabilizar, estaremos à beira de uma gravíssima crise. A próxima Cimeira extraordinária de quinta-feira não pode deixar de ser a Cimeira decisiva.
Cada dia que passa parece mais um dia para o abismo. O mundo está mesmo muito eprigoso. (Resta-nos esperar que a União actue como sempre, no último minuto e à beira do precipício)
Em Portugal o BCP chegou neste dia a valer menos do que 30 cêntimos por acção e caiu 7,23%. O único banco que subiu foi o BPI - a instituição financeira que estava preparada para estes tempos turbulentos e perigosos. (Para que serviram os testes de stress, nesta versão dois? Mais uma invenção para gerar mais ruído do que informação, mais problemas que soluções, com especial relevo para países como Portugal - ler aqui Com amigos assim...)
Isto é o que s epode ler no FT:
Italian and Spanish borrowing costs hit fresh euro-era records and bank shares dropped on Monday as markets increased the pressure on European leaders ahead of a crucial summit on the eurozone debt crisis.
Italy’s benchmark 10-year bond yields rose above 6 per cent and were up 27 basis points at 6.03 per cent in midday trading. Spanish yields hit 6.35 per cent, their highest level since 1997, ahead of debt auctions on Tuesday and Thursday.
Como já se sabia e tenho escrito até à exaustão, é a políticaSe os líderes europeus - leia-se Angela Merkel - não mudarem de estratégia na abordagem da crise do euro, sem incumprimentos e com uma intervenção musculada do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) nos mercados de dívida pública para os estabilizar, estaremos à beira de uma gravíssima crise. A próxima Cimeira extraordinária de quinta-feira não pode deixar de ser a Cimeira decisiva.
Cada dia que passa parece mais um dia para o abismo. O mundo está mesmo muito eprigoso. (Resta-nos esperar que a União actue como sempre, no último minuto e à beira do precipício)
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