domingo, 9 de março de 2008

Professores

Dias de silêncio não desejado. Estou de regresso.
Impressionada com a manifestação de professores.
Mas espero que o primeiro-ministro não ceda. Estamos há tempo de mais à espera que a educação melhore.
Mesmo que o modelo de avaliação e o de gestão da escola tenha alguns problemas vale mais esses que nenhuns ou o que existia até agora.

Gostei de ver a ministra da Educação a afirmar que a sáída mais fácil é substituir ministros e recuar nas reformas.

Espero que José Sócrates pense o mesmo. Esta política pode custar-se a eleição ou a maioria em 2009.

6 comentários:

José Neto disse...

As reformas em educação exigem tempo para produzirem resultados. A avaliação de professores é evidentemente necessária, mas para o processo ser implementado sem provocar situações injustas, seria necessário equacioná-lo a longo prazo, o que entra em colisão com o ciclo político. Em resultado dos limites impostos por este, as escolas têm sido alvo da diarreia legislativa do ME. O concurso extraordinário para professores titulares é apenas um exemplo de como se pode fazer depressa, desde que não se acautelem as mínimas garantias de justiça. A uns faltaram uns míseros pontos. A outros saiu-lhes a lotaria, mas não se reconhecem de modo nenhum mais competentes que os colegas.
Foi um processo rápido, mas não dignificou ninguém.
A manifestação que viste dia 8 agregou um conjunto muito heterógeneo de docentes. Uns estão apenas contra determinadas injustiças do processo em curso, que decorrem da incompetència da Ministra. Outros são pura e simplesmente contra qualquer avaliação, por acomodação, mas as circunstâncias permitiram-lhes ser os protagonistas da manif.

Helena Garrido disse...

Caro Neto,
Concordo que a passagem de um modelo para outro traduz-se sempre em algumas injustiças - como as que referes, ao dizer que a uns faltam uns míseros pontos e a outros saiu a lotaria. Mas era preciso romper.
Quanto á incompetência da ministra, gostaria que fosses mais concreto. Nenhuma mudança é perfeita. E esta ministra, parece-me, teve coragem para fazre o que se diz há anos que é preciso fazer.

Anónimo disse...

A Ministra já devia ter sido demitida devido ao escândalo da repetição de exames do 12º Ano. Na verdade, mesmo após (julgo que) o Supremo Tribunal de Justiça ter classificado a decisão de ilegal, nada aconteceu. Entretanto, muitos milhares de alunos foram prejudicados, inclusivamente os do 11º ano, que tinham piores classificações que os do 12º Ano e cujas notas também contavam para o acesso.
A justiça funcionará sem dúvida, o mais tardar, nas próximas eleições legislativas.

Fernanda Valente disse...

Perfeitamente solidária com a posição do governo. A grande adesão dos professores à manifestação só prova o estado em que se encontra o sector da educação no nosso país.

Anónimo disse...

Helena, por favor, antes de tecer comentários sobre a educação, informe-se sobre o conteúdo da dita reforma. O que está em causa não é a reforma do sistema de ensino, mas apenas um processo que pretende politizar e controlar escolas e professores no sentido de apresentarem índices de aproveitamento artificiais. Por favor, leia o novo Estatuto do Professor, o novo Estatuto do Aluno, o novo modelo de Gestão Escolar. O que está em causa não é a resistência a reformas mas sim à mentira, demagogia e populismo.

Anónimo disse...

Concordo inteiramente com o Vasco. Não se trata de impedir as reformas, mas não pactuar com objectivos menos claros aos olhos dos leigos e da população em geral. De facto, as reformas necessárias à melhoria do ensino não são estas. O facilitismo e a obcessão pelas estatísticas imperam .Culpar os professores e virar a opinião pública contra eles foi um golpe de mestre. Poucos confiam neles, poucos lhes dão ouvidos,nem mesmo pessoas ditas informadas e cultas, se dignam a ouvi-los, o que interessa é que "esses bastardos não querem ser avaliados. Os 100 mil que foram a Lisboa são um poderoso lobby que quer impedir o progresso do país, não querem reformas.Bendita ministra, que coragem, que determinação." Enfim,a ignorância...