domingo, 12 de outubro de 2008

A Europa mais unida pela necessidade



A Cimeira da Zona Euro mantém o "cada um por si" mas com orientações coordenadas.
Aqui se pode ler o comunicado que estabelece duas grandes áreas de acção:
  1. Mercados interbancários por via de garantias aos bancos para reactivar o mercado de crédito;
  2. Recapitalização dos bancos nas mais diversas formas, desde a entrada no capital - como os ingleses estão a fazer - até á aquisição de activos de qualidade - a opção dos espanhóis.

O Governo português aprovou hoje em Conselho de Ministros uma garantia no montante global de 20 mil milhões de euros à qual podem aceder os bancos com dificuldade de acesso a liquidez no mercado monetário interbancário.

Vamos ver como abre a bolsa de Tóquio e depois as bolsas europeias. Mais importante ainda é preciso ver os efeitos nas taxas de juro interbancárias na Europa. O efeito no mercado da Euribor e da Libor.

Seis semanas depois da crise esta é a acção mais coerente, focada e com uma abordagem global respeitando as especificidades de cada país e, de alguma forma, também seguida pelos Estados Unidos como se ouviu na sexta-feira pela voz de Paulson.

Se esta actuação não tiver efeitos...enfim. Vamos ver.

Gordon Brown está na fotografia da Zona Euro por ter participado no início da reunião. O Plano de Paris foi inspirado no Plano britânico.

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando leio e ouço as novidades que sairam da reunião dos nossos "queridos líderes", fico estupefacto com a falta de impacto que me transmitiram.
Confesso que fiquei pasmado.
Sempre tive dúvidas em relação ao resultado prático imediato de qualquer medida, mas isto pareceu-me o vazio total.
Aliás, sinto nas reações(inclusive nas suas, Helena)um aterrador e mal disfarçado desapontamento.
O mercado é dado a golpes de circo,mas acho que amanhã vamos ter amargas novidades.
Esperemos que não.

MFerrer disse...

Helena, Vc que tem de facto uma capacidade de análise que sempre admiro, o que me diz da onda de inflação que se vai seguir a estas injecções de liquidez em mercados indistintos; Nos Investimentos reprodutíveis e no Consumo, puro e duro?
MFerrer
http//homem-ao-mar.blogspot.com

Anónimo disse...

Isto é uma maravilha - agora os bancos portugueses vão poder pedir dinheiro emprestado ao estrangeiro de forma destravada e irresponsável - se a coisa der para o torto, somos todos nós que pagamos! Vão poder oferecer a quem quer comprar casa taxas baixinhas, garantidas pelo dinheiro dos contibuintes, facilitando um subprime à portuguesa!

A sério: se estas medidas não forem bem calibradas e acompanhadas e vigiadas, é o fim de todos os travões que a concorrência e o mercado colocam à atividade bancária.

E faço minhas as preocupações do comentário anterior: há sérios riscos de que, a prazo, estas injeções de dinheiro se transformem em inflação maciça.

Luís Lavoura